terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Assessoramento Escolar

“CAPÍTULO VII-A DO ASSESSORAMENTO ESCOLAR” (NR) “Art. 20-A. A função de Assessoramento Escolar,
prevista no inciso I, alínea “a”, item 3, da Lei Complementar nº 87, de 31 de janeiro de 2000, exercida por servidor ocupante do cargo de Professor, em unidades escolares da Rede Estadual de Ensino, é considerada função do magistério e fica condicionada à observância das normas gerais constantes no Estatuto dos Profissionais da Educação Básica do Estado de Mato Grosso do Sul e das normas específicas objeto deste Decreto.” (NR) “Art. 20-B. As unidades escolares da Rede Estadual de Ensino contarão, em sua estrutura de funcionamento, com Assessores Escolares, cabendo-lhes prestar suporte técnico-pedagógico à docência, em articulação com a Direção Escolar e a Coordenação Pedagógica.” (NR) “CAPÍTULO VII-B DAS ATRIBUIÇÕES DO ASSESSORAMENTO ESCOLAR” (NR) “Art. 20-C. São atribuições do Assessor Escolar: I - cooperar com o desempenho das atividades dos Diretores e dos Coordenadores Pedagógicos, assessorando-os em assuntos educacionais e em funções similares na área de educação; II - assessorar o professor na sala de aula, quando solicitado pela Direção Escolar; III - colaborar, viabilizar e apoiar o processo de ensino aprendizagem dos estudantes com deficiência, por meio de intervenções pedagógicas, conforme as especificidades apresentadas; IV - auxiliar a organização e o funcionamento das unidades de ensino em tempo integral e realizar o acompanhamento dos estudantes; V - colaborar com a execução das atividades voltadas à articulação da escola com as famílias e a comunidade; VI - atuar como professor responsável pelos projetos de leitura; VII - atuar como professor responsável pelos Laboratórios de Base Científica da Educação Básica das unidades escolares, auxiliando o professor regente, conforme resolução do titular da Secretaria de Estado de Educação; VIII - organizar e viabilizar o uso de material didático-pedagógico nas atividades curriculares e nas extracurriculares; IX - acompanhar os alunos na realização de atividades curriculares, quando houver solicitação por parte da Direção Escolar; X - auxiliar nos deslocamentos dos estudantes no estabelecimento de ensino, nas atividades extraclasses e nas extracurriculares; XI - auxiliar a Direção Escolar e o Professor regente na fiscalização das penas disciplinares, aplicadas aos estudantes em cumprimento ao Regimento Escolar, especialmente as ações educativas e a suspensão orientada; XII - atuar como Coordenador ou como Supervisor dos cursos técnicos de nível médio e do curso normal médio, quando possuir formação complementar compatível com a exigência do curso; XIII - atuar como professor do atendimento educacional especializado, nas salas de recursos multifuncionais, conforme critérios exigidos em regulamentação própria, expedida pelo titular da Secretaria de Estado de Educação.”
(NR) Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Campo Grande, 19 de dezembro de 2016. REINALDO AZAMBUJA SILVA Governador do Estado MARIA CECILIA AMENDOLA DA MOTTA Secretária de Estado de Educação

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FÉRIAS

Férias

E eu estou precisando de férias, sabe?
Da correria
Da urgência
Dessa obrigação quase nostálgica
De tudo ser pra ontem.
Do despertador que toca todo dia no mesmo horário.
Do mesmo caminho pra voltar pra casa.
Da sexta que se preocupa com a segunda.
De mal acabar o hoje já pensando no amanhã.


Eu estou precisando de férias, sabe?
De maneira bem clichê mesmo:
Pra olhar as cores que não reparo
As flores que não sei o nome.
Reparar no azul do mar que já conheço
No calor do sol que sinto todo dia.
E enfim agradecer a vida em minha volta
Com uma mochila nas costas 
E um sorriso no coração.

E eu estou precisando de férias, sabe?
Pra ver as coisas com calma
Viver cada segundo em seu determinado tempo.
Ser passageira dessa necessidade constante que é ser do mundo.
De não ter que pensar em nada
Ou tomar decisões.
De só precisar me preocupar com qual acompanhamento  pedir no almoço
Ou se saio de casa de rasteira ou de chinelo.

E estou precisando de férias, sabe?
Mas sem tristeza ou vontade de sumir.
Pelo contrário
Eu quero mesmo é aparecer para o mundo.
Pra me livrar do cansaço.
Do mais do mesmo.
Da repetição de cada dia
Da rotina que tenta se passar por acaso
Com imensidão de espaço que seu vazio ocupa.

E estou precisando de férias, sabe?
De lugares
Pessoas
Pensamentos
Planos
Músicas
Filmes
Fotos
Das Coisas empoeiradas na gavetas
E de toda parte de mim mesma
Que há tempos não sou mais.

Porque nada é definitivo
Tudo é só passagem
E eu vou sair por aí...

E eu estou precisando de férias.

Pra onde vou não me interessa
O destino é consequência
Só desculpa
Eu apenas preciso ir...

A ideia de reencontrar um novo eu
Já me fascina.

Aprendi Que 2016



Aprendi Que 2016
E seguindo a tradição de comprovar que por mais que se aprenda muito, sempre ainda existem coisas para se aprender.
Nesse ano de 2015, eu aprendi que:
Dá para fazer uma família só de amigos.
As pessoas preferem conhecer fotos em aplicativos do que alguém na vida real.
Garrafa que leva querosene nunca perde o cheiro.
As pessoas preferem ir longe, do que aproveitar o que está do lado.
O que é fácil também pode ter muita graça.
Seja o que for. A gente se acostuma.
Lar é onde a gente se sente em paz.
O ser humano se sabota.
Não adianta se mostrar interessante para quem não quer saber.
O silencio é uma enorme falta de educação, respeito e afins.
As coisas realmente voltam.
Só a gente pode ditar o nosso valor.
As pessoas se acham melhores que outras pelos motivos mais estranhos.
O amor existe de várias formas.
Ninguém está mais afim de conhecer mais ninguém a fundo.
Ter atitude é tudo.
Quem não arrisca, vive em um mundo de talvez.
A saudade pode ter cheiro, forma e sabor.
O que não aconteceu, sempre vai parecer mais promissor do que o que foi concretizado.
Nossa mente é nosso maior inimigo.
Os pensamentos têm força.
Eu sempre vou estar esperando você voltar.
A tendência da alergia é piorar.
A gente se apaixona por coisas que nem imagina.
A aparência é tudo que importa.
Tem gente que consegue me salvar de mim.
Às vezes o importante é só saber que fez a sua parte.
Os mal-entendidos estão aí para acontecer mesmo com tudo explicado.
Por mais que pareça certo, sempre vai existir alguém do contra.
Existe gente legal pra caramba por aí ainda.
A grande graça da vida é saber que ela é aqui agora. Sem ensaios nem rascunhos.
Oportunidade adiada ás vezes é chance perdida.
O que tem que ser tem sim muita força
É bom cuidar bem do joelho.
Não são as coisas que mudam, mas sim nossa visão sobre elas.
Um “vai ficar tudo bem” tem o poder de resolver tudo.
Com animação, dá para criar um bloco de carnaval em qualquer local.
Lixeira também serve de palco.
Tem gente que tem dentro de si o dom de resolver tudo.
A vodka pune (confirmei pelo décimo ano)
É possível usar uma fantasia quente no verão do RJ.
O amor é realmente a cura para tudo.
Dá para sentir falta até do que não se teve.
Não consigo mesmo resistir a amendoim.
O aniversário do Guanabara é uma fonte sem fim de piadas.
Um olhar é capaz de dizer tudo.
O carinho é o melhor remédio.
A felicidade habita até em coisas que já foram tristes.
O ser humano tem uma força própria que empurra para a frente em qualquer ocasião.
A vida é feita de ciclos, fases e momentos. Ter tranquilidade nos ruins, é o segredo de tudo.
Dá para ter um relacionamento legal sem jogar.
Algumas pessoas vão, e para nossa sorte voltam.
Para se tornar amigo só se precisa de um copo.
A gente está sempre mudando.
Tem distâncias que incomodam de manhã e a noite.
Independente de tudo, eu continuo acreditando no amor.
Quebrar celular é meu carma.
Água demais também mata planta.
Estamos vivendo em partes. Nunca estamos 100% em algo.
O que fode tudo é ter opção.
Agosto parece que não tem fim.
Quem abandona o próprio passado, não sobrevive no futuro.
O amor deve ser reinventado.
A saudade tem vontade própria.
Amor que arrasa também vem devagar.
A questão não é o peso que você aguenta, mas o jeito que você carrega.
Sonho continua sendo algo complicado.
Por mais que a gente diga que não. Todo mundo está sempre esperando alguma coisa ou alguém.
Sempre vai existir uma coisa ausente para me atormentar.
E que por mais que parecer hoje valha mais que ser.
Eu ainda assim
Prefiro continuar sendo.
Feliz 2017 a todos.

O QUE ESPERAR DE UM BOM PREFEITO? LADÁRIO,26 DE DEZEMBRO DE 2016.



O QUE ESPERAR DE UM BOM PREFEITO?
LADÁRIO,26 DE DEZEMBRO DE 2016.
Outro dia, um aluno me fez a seguinte pergunta: “O que é ser um bom prefeito e quais são as suas responsabilidades?” Pego de surpresa, respondi alguma coisa que me veio em mente, mas fiquei devendo uma resposta mais elaborada, capaz de satisfazer ao meu curioso interlocutor. Creio que responder a esta pergunta é uma contribuição à reflexão dos eleitores para a importante tomada de decisão nas urnas, em outubro próximo.
O bom prefeito é aquele que está a serviço do município, conhece as necessidades da comunidade e resolve seus problemas. Não só administra com dedicação e seriedade, mas também presta contas de seu trabalho.
Espera-se dele, fidelidade ao seu povo, expressa no cumprimento de um programa de governo previamente elaborado, capacidade administrativa, liderança política, bom conhecimento dos assuntos da cidade, equilíbrio no enfrentamento de crises, postura de diálogo aliada à capacidade de decisão no tempo oportuno, paciência e disponibilidade para ouvir a população e seus legítimos representantes, tolerância quanto à diversidade de estilo das pessoas com quem trabalha, disponibilidade para ter presença contínua no município, hábito de trabalhar com planejamento e em equipe e coragem de dizer não, quando necessário.
Por último, o bom prefeito deve ter as qualidades necessárias para uma vida política sadia e honesta, com transparência nas atividades públicas, separação completa entre os recursos públicos e os interesses da família, dos amigos, de empresas e do partido. Por fim, pede-se a um bom prefeito que seja competente na arrecadação de recursos para dar conta das demandas populares.
O poder municipal é o que está mais próximo do contato direto com a população e o primeiro a ser questionado. Para muitos cidadãos, o prefeito é mais importante do que o presidente da República, pois é quem pode resolver o seu problema imediato. Promessas utópicas ou demagógicas serão cobradas, mais tarde.
A democracia consagra os vencedores nas urnas. Embora seja o ápice do processo, aos olhos dos eleitores, não é esse o único momento importante. Os eleitores não escolhem nem interferem diretamente nos nomes que serão colocados na disputa. O amadurecimento político que tantos desejam pressupõe também a responsabilidade e a inteligência dos partidos na formação e indicação de seus candidatos, sem o que as expectativas populares podem se frustrar. Se isso ocorrer, que não seja, ao menos, por falta de boas opções.
Pelos anos que o conheço, tenho certeza que serás um excelente administrador da nossa cidade de LADÁRIO.
GRANDE ABRAÇO.
PROF FATIMA DOROTEIA DE ARRUDA LIMA

domingo, 4 de dezembro de 2016

O PORQUÊ DAS MORTES COLETIVAS - UMA VISÃO ESPÍRITA

O PORQUÊ DAS MORTES COLETIVAS - UMA VISÃO ESPÍRITA


Desastres e resgates coletivos: sinal dos tempos ou de futuro promissor?

Quando olhamos para o mundo à nossa volta, parece-nos que se multiplicam as catástrofes, os desastres, os cataclismos. Em um momento como este, em que todas as atenções estão voltadas para o acidente com o Airbus da TAM, que vinha de Porto Alegre-RS (vôo JJ 3054 ) e se chocou contra o prédio da própria empresa aérea, em frente ao aeroporto, quando tentava aterrissar, provocando a morte de mais de 160 pessoas, entre passageiros, tripulantes e funcionários da companhia aérea que trabalhavam no prédio atingido, a atenção fica mais desperta, e os questionamentos são vários, e envolvem até a Justiça (ou para alguns, a injustiça) Divina.
O Espiritismo, enquanto doutrina libertadora, progressista e evolutiva, e por isso mesmo considerada consoladora, objetiva auxiliar-nos a entender o porquê dos acontecimentos de nosso dia-a-dia, inclusive dos mais trágicos. Assim, via entendimento da Lei Natural e da Justiça Divina, obtêm-se a conseqüente aplicação desses princípios no cotidiano, favorecendo sua vivência, promovendo a coerência entre o crer e o agir.
Frente a situações como essa vivenciada no dia 17 de julho de 2007, alguns questionamentos são usuais, como, por exemplo: Por que acontece esse tipo de coisas? Qual a finalidade desses acidentes que causam a morte conjunta de várias pessoas? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações? Por que algumas pessoas escapam?
Naturalmente, as respostas exigem reflexão aprofundada com base em princípios fundamentais do Espiritismo, como a multiplicidade das encarnações e a anterioridade do Espírito. Esses pontos somam-se ao fato de que nós, enquanto Espíritos em processo evolutivo, temos um passado de descumprimento da lei divina que precisa ter seu rumo corrigido não apenas para equacionar nossos problemas de consciência, mas também para nos harmonizar com nossos semelhantes, afetados pelas nossas ações de desvirtuamento da Lei.
Ao entendermos o que a Doutrina Espírita tem a dizer sobre o assunto, começamos a perceber a profundidade da reflexão que deve ser adotada por cada um de nós em nosso dia-a-dia e o papel a ser assumido de observadores da Sociedade, em substituição à postura usual de críticos e questionadores.
Começamos, assim, a conhecer o caminho para aplicação dinâmica e prática em nosso dia-a-dia da Doutrina que abraçamos, pela análise do mundo e sua transformação, percebendo a profundidade de conceitos como fatalidade, resgate coletivo, regeneração do planeta, além de favorecer o entendimento de ensinamentos de Jesus relacionados àquilo que alguns chamam de sinais dos tempos.

Fatalidade como causa?
Fatalidade, destino, azar são palavras sempre lembradas em situações como essa. Mas que conceitos estão por trás dessas palavras? Em “O Livro dos Espíritos”, as questões de 851 a 867 tratam de fatalidade, e, entre outras informações, destaca-se o fato de que “a fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao se encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra” (LE 851).
Mais à frente (LE 853), está dito que “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos”. A questão seguinte (LE 853a) melhor explica esse ponto, frisando que quando é chegado o momento de retorno para o Plano Espiritual, nada “te livrará” e frequentemente o Espírito também sabe o gênero de morte por que partirás daqui, “pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência”. Não esquecer, jamais, que “somente os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua purificação e à tua instrução” (LE 859a).
Como vemos, a fatalidade só existe como algo temporário frente à nossa condição de imortais com a finalidade de realinhamento de rumo. No entanto, essa situação não é engessada. Graças à Lei de Ação e Reação e ao Livre-Arbítrio, o homem pode evitar acontecimentos que deveriam realizar-se, como também permitir outros que não estavam previstos (LE 860).
Fatalidade, destino, azar são palavras que não combinam com a Doutrina Espírita, da mesma forma que a sorte daqueles que escapam desse tipo de situação – e em acidentes como esse do dia 17 de julho de 2007, sempre há os relatos daqueles que desejavam pegar o avião e não conseguiram; daqueles que estavam à porta do prédio atingido pela aeronave e não sofreram nada além do susto; e tantos outros.
Então, para a Doutrina Espírita, como se explicam casos como esse? A resposta está no resgate coletivo, conceito que envolve a correção de rumo de um grupo de Espíritos que em alguma outra encarnação cometeu atos semelhantes – e muitas vezes em conjunto – de descumprimento da lei divina e que, portanto, para individualmente terem a consciência tranqüilizada, precisam sanar o débito. Toda a problemática, nesse caso, está no trabalho dos mentores na reunião desses Espíritos de modo a que juntos possam se reajustar frente à Lei Divina.

Impulsionar o progresso: a meta
O resgate de nossas ações contrárias à Lei Divina, ao Bem e ao Amor pode ocorrer de várias formas, inclusive coletivamente. O objetivo, segundo LE 737, é “fazê-lo avançar mais depressa” e as calamidades “são freqüentemente necessárias para fazerem com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos”. Além disso (LE 740), “são provas que proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar sua paciência e sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo em que lhe permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo”.
E assim, entendemos o sentimento de solidariedade que essas calamidades despertam, auxiliando todos a desenvolver o amor. O importante para os mais diretamente envolvidos, para que tenham o progresso devido, como está dito em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 14, item 9, é “não falir pela murmuração”, pois “as grandes provas são quase sempre um indício de um fim de sofrimento e de aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus”.
Nesta frase selecionada no ESE está uma informação de cabal importância: indício de aperfeiçoamento do espírito. E qual seria o objetivo prático de tudo isso e como esses fatos atuam em nosso progresso, com que finalidade?
A resposta está na Lei do Progresso, que determina ao homem o progresso incessante, sem retrocesso, no campo intelectual e moral; cada um há seu tempo, seguindo seu ritmo próprio, sendo que “se um povo não avança bastante rápido, Deus lhe provoca, de tempo em tempos, um abalo físico ou moral que o transforma” (LE 783).
Como vemos, o progresso se faz, sempre, e quando estamos atravancando-o, Deus, em sua infinita bondade e justiça, lança mão de instrumentos que nos impulsionem à frente. O objetivo é nos levar a cumprir a escala evolutiva, saindo de nossa condição de Espíritos imperfeitos moralmente para a de espíritos regenerados, até atingirmos a condição de Espíritos puros.
Essa transposição de imperfeito moralmente para regenerado marca a atual fase de transição que vivenciamos, plena de flagelos destruidores, de calamidades, de acidentes com grande número de mortos.
Nos evangelhos segundo Mateus, Marcos e João, há várias referências aos sinais precursores de uma transformação no estado moral do Planeta, caracterizada pelo anúncio de calamidades diversas que atingirão a humanidade e dizimarão grande número de pessoas, para que, na seqüência, ocorra o reinado do bem, sejam instituídas a paz e a fraternidade universal, confirmando a predição de que após os dias de aflição virão os dias de alegria.
O que é anunciado nessas passagens evangélicas não é o fim do mundo de forma absoluta e real, mas o fim deste mundo que conhecemos, em que o mal aparentemente se sobrepõem ao bem, e, como afirma Allan Kardec em “A Gênese”, capítulo 17, item 58, “o fim do velho mundo, do mundo governado pela incredulidade, pela cupidez e por todas as más paixões a que o Cristo alude”.
Para que esse novo mundo se instale (GE capítulo 18), é fundamental que a população seja preparada para habitá-lo. Para tanto, teremos, todos nós, de equacionar alguns problemas de nosso passado, construindo nosso progresso moral. Não há transformação sem crise, e catástrofes e cataclismos são crises que agitam a humanidade, despertando-a para a solidariedade, a fraternidade, o bem.
Temos, então, de ver a humanidade como “um ser coletivo no qual se operam as mesmas revoluções morais que em cada ser individual” (GE, capítulo 18 item 12).
Nesse contexto, a fraternidade será a pedra angular da nova ordem social, com o progresso moral, secundado pelo progresso da inteligência assegurando a felicidade dos homens sobre a Terra.
Para que possamos habitar esse novo mundo, não temos de nos renovar integralmente. Segundo Kardec (GE capítulo 18 item 33), “basta uma modificação nas disposições morais”, e, para isso, temos de equacionar débitos do passado e nos conscientizarmos de nossa condição de espíritos imortais perfectíveis, em fase de desenvolvimento de nossas potencialidades.
Como forma de acelerar esse processo de modificação da disposição moral, a presente fase é marcada pela multiplicidade das causas de destruição, até como forma de estimular em nós o desenvolvimento de nossas potencialidades no bem, pois “o mal de hoje há de ser o bem de amanhã. Somente a educação do Espírito poderá libertá-lo do mal, dando-lhe condições de alçar os mais altos vôos no plano infinito da vida. O importante em tudo isso é mantermos a serenidade, olharmos para a frente, divisarmos o futuro, pois “a marcha do Espírito é sempre crescente e ascendente. É preciso descobrir quanto bem se é capaz de fazer agora para que o próprio crescimento não se detenha” (Portásio).
Em todo ser humano, como ressalta o Espírito Clelie Duplantier, em “Obras Póstumas”, “há três caracteres: o do indivíduo ou do ente em si mesmo, o do membro da família e o do cidadão. Sob cada uma dessas três fases, pode ele ser criminoso ou virtuoso; isto é, pode ser virtuoso como pai de família e criminoso como cidadão, e vice-versa”.
Além disso, pode-se admitir como regra geral que todos os que se ligam numa existência por empenhos comuns, já viveram juntos, trabalhando para o mesmo fim e se encontrarão no futuro, até expiarem o passado ou cumprirem a missão que aceitaram.

O papel de cada um
Essas calamidades – se olharmos para elas sob o ponto de vista espiritual, fundamentando nossa reflexão nos princípios da Doutrina Espírita – têm, portanto, objetivos saneadores que, conforme Joanna de Ângelis, removem as pesadas cargas psíquicas existentes na atmosfera e significam a realização da justiça integral, pois a Justiça Divina, para nosso re-equilíbrio, recorre a métodos purificadores e liberativos, de que não nos podemos furtar.
Assim, tocados pelas dores gerais, ajudemo-nos e oremos, formando a corrente da fraternidade e estaremos construindo a coletividade harmônica, sempre lembrando a advertência de Hammed: “a função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio. Como o golpe ao objeto pode ser modificado, repensa e muda também tuas ações, diminuindo intensidades e freqüências e recriando novos roteiros em sua existência”. Desse modo, estaremos utilizando nossos problemas como ferramenta evolutiva, não nos perdendo em murmurações, mas utilizando nosso livre-arbítrio como patrimônio.
O progresso de todos os seres da criação é o objetivo de tudo que acontece. Tenhamos a consciência desperta e procuremos entender o mundo à nossa volta, cientes de que a solidariedade é o verdadeiro laço social, não só para o presente, mas, como está em “Obras Póstumas”, “estende-se ao passado e ao futuro, pois que os mesmos indivíduos se encontram e se encontrarão para juntos seguirem as vias do progresso, prestando mútuo concurso. Eis o que faz compreender o Espiritismo pela eqüitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos seres”.
E mais: Graças ao Espiritismo, compreende-se hoje a justiça das provações desde que as consideremos uma amortização de débitos do passado. As faltas coletivas devem ser expiadas coletivamente pelos que juntos as praticaram, e os mentores estão sempre trabalhando, ajudando a todos nós, reunindo-nos em grupos de forma a favorecer a correção de rumo, amparando-nos e nos fortalecendo para darmos conta daquilo a que nos propomos, além de nos equilibrarem para podermos auxiliar o outro com nossos pensamentos positivos, nossos melhores sentimentos e vibrações.

Fonte: blog do cele
Ricardo Roehe às 11:22