sábado, 31 de agosto de 2013

O poder da reflexão


O poder da reflexão


Na semana passada recebi uma linda carta da leitora R.P.S. e cheguei a me emocionar. O testemunho de R.P.S. foi tão impressionante que gostaria de compartilhar com os amigos leitores:
"Prezado Dr. Jorge Lordello. Faço aniversário no começo do ano e como andava muito sozinha e depressiva resolvi fazer uma festa de aniversário. A primeira pessoa a chegar, foi minha melhor amiga Luciana e que sabe de todos os problemas que  eu estava enfrentando. Ela presenteou-me com o livro "Momentos de Reflexão" e disse a seguinte frase: "Esse livrinho pode tira-la dessa amargura sem fim, que você carrega no peito. Leia atentamente o capítulo "Viver o Momento" e vamos esperar os resultados". Para falar a verdade, guardei o presente  em  uma prateleira do quarto e não tive vontade de ler uma frase sequer. Na semana seguinte minha amiga Luciana telefonou-me perguntando sobre o que eu havia achado do livro "Momentos de Reflexão". Fiquei um tanto envergonhada mas confessei que não tinha lido nada. Ela ficou super nervosa e finalizou a conversa com a seguinte frase: "Você esta com medo de viver o momento presente e é por isso que voce só tem olhos para o passado triste que você vivenciou. Quero o livro  de volta, para poder presentear outra pessoa que esteja com vontade de crescer espiritualmente". Fiquei mais triste do que já estava mas aquelas duras palavras mexeram com meus brios.
No final da noite peguei o livro que o senhor escreveu e li todo o capítulo "Viver o Momento" indicado pela amiga Luciana. Para cada página virada, escorria uma lágrima no meu rosto e ao tentar dormir, não conseguia. As estorinhas permaneciam na minha mente como se quisessem transmitir uma mensagem. Levantei da cama e li novamente o mesmo capítulo. Desta vez eu não chorei e um grande sorriso apareceu em meu semblante pois a mensagem que o senhor queria passar entrou como um flecha no meu coração. Minha vida mudou radicalmente. Retomei velhos sonhos que estavam adormecidos e aprendi a viver o momento presente intensamente. Obrigado ao senhor por ter escrito um livro tão especial que teve a forca de mudar o destino de minha vida. Também agradeço minha amiga Luciana  por ter-me dado o livro "Momentos de Reflexão" pois se não fosse ela não teria conhecido essa maravilhosa obra. Que Deus continue te iluminando".
A amiga R.P.S. esta de parabéns e os méritos são todos dela. Ela descobriu a importância de viver o presente sem deixar se influenciar pelo passado (que já se foi e não volta) ou pelo futuro (que ainda não chegou). Há dois dias da semana que o leitor deve cancelar de seu calendário: o ontem e o amanha. Não há a mínima possibilidade de regredirmos o relógio do tempo, para vivenciarmos novamente o passado. O futuro é uma incógnita e não sabemos se vamos chegar lá.
Na verdade, o amanha não existe. Nós acordamos sempre no HOJE e não no AMANHA. Insisto para que as pessoas aproveitem o momento presente, como se fosse o último, pelo seguinte motivo: O ser humano fica triste e deprimido quando vive em razão de acontecimentos do passado ou do futuro. Para os leitores que gostam de remoer o passado tenho a seguinte pergunta: Você gostaria de ir a um jornaleiro e comprar  um jornal velho? Se você disse automaticamente NÃO, responda-me: Por que? Para os leitores que gostam de colocar suas expectativas de vida no futuro tenho a seguinte pergunta: Quando você deita na cama, para dormir, você tem absoluta certeza que vai continua vivo no dia seguinte ou pede a Deus que preserve sua vida por mais um dia? Como já disse, o futuro é complemente incerto e nunca poderemos ter a plena certeza que iremos vivenciá-lo. Tudo o que já aconteceu na sua vida teve uma finalidade. Para descobri-la responda a essas indagações:
1) Para que tal coisa me aconteceu?
2) Qual a lição que posso tirar do que aconteceu?
Gostaria que o amigo leitor escrevesse uma frase em uma cartolina, colando-a na parede do seu quarto e toda vez que você for dormir ou levantar pela manha irá ler a seguinte mensagem: "Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida". Não pense nos problemas e sim como ele pode ajudar você a crescer. O lançamento do livro "Momentos de Reflexão" foi a concretização de mais um sonho que se tornou realidade. Sou movido a metas apaixonantes e a próxima a ser alcançada tem muito a ver com você.

Gentileza é coisa do passado?


Gentileza é coisa do passado?

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Estava recordando de meus tempos de infância e algo me chamou a atenção: as pessoas eram muito mais gentis, educadas e íntegras. A revolução tecnológica trouxe novos paradigmas, mas, infelizmente, diversos conceitos éticos foram abandonados. Equipamentos como o computador, o celular e o vídeo-game são tratados com todo cuidado e carinho. E as pessoas, como estão sendo tratadas no cotidiano atualmente? Atos simples e singelos estão cada vez mais difíceis de encontrar. O termo solidariedade humana se tornou brega no vocabulário de muitos, que só conseguem olhar para o próprio umbigo. O escritor americano Ralph Waldo Emerson disse certa vez que: "Nunca é cedo para uma gentileza, porque nunca se sabe quando poderá ser tarde demais". A Noruega, apesar de ser um país frio, foi palco de acontecimento maravilhoso, que gostaria de compartilhar com o amigo leitor. Após um dia de trabalho, o gerente foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso, sem comunicação com exterior. Tentou abri-la, mas por dentro era impossível. Desesperado, passou a gritar por socorro, mas ninguém o ouvia, todos já haviam saído para suas casas; ninguém poderia escutá-lo. Depois de quase 2 horas, já debilitado em razão da baixíssima temperatura, temia pela vida, pois sabia que não iria suportar até o dia seguinte. De repente, a porta se abre. Era o vigia, que o retirou com vida e encaminhou-o imediatamente ao hospital. Depois de ter salvo a vida do homem, perguntaram ao vigia por que foi abrir a porta da câmara, se isso não fazia parte da sua rotina de trabalho. A explicação é uma verdadeira lição de vida: "Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem pela portaria todos os dias. Ele é um dos poucos que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede ao sair. A maioria passa por mim e não me "enxerga". Senti falta daquele sorriso ao final do expediente, por isso imaginei que poderia ter lhe acontecido algo. Resolvi procurá-lo para saber se precisava de alguma coisa e acabei encontrando-o numa situação complicada. Amigo leitor, quando fazemos a diferença não somos esquecidos. Desde cedo topamos com muita gente conhecida e desconhecida, não importa. Deveríamos nos atentar que um sorriso ou um simples "bom dia, como vai?" pode fazer toda a diferença. Para finalizar, apresento lindo texto do Padre Geovane: "Onde está a gentileza do bom dia? Onde está o elogio feito às mulheres? Onde está o companheirismo, a lealdade, o ciúme gostoso? Onde está a sinceridade de ser alegre? Onde está o perdão, o desejo, a felicidade solitária, a contemplação a dois? Onde está o amor..."

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

CONSCIÊNCIA NEGRA -

CONSCIÊNCIA NEGRA - sugestão

Sugestão da amiga Marlen Antunes para trabalhar o tema Consciência Negra:


20 de novembro - Dia da Consciência Negra

INFORMATIVO PARA PROFESSORA
Dia da Consciência Negra

O dia 20 de novembro é o dia da Consciência Negra. A data foi escolhida pelo Movimento Negro em contraposição ao 13 de maio (dia da suposta abolição da escravatura) e é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, que faleceu neste dia há 308 anos. Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares - que é considerado o maior foco de resistência negra à escravidão no Brasil. Mais de três séculos após a sua morte, constata-se que o racismo não deixou de existir, ou de se manifestar cruelmente. Na verdade, a opressão de cor somente modernizou-se, assim como a sociedade da opressão modernizou suas formas de dominação durante os anos.

As diversas organizações ligadas à questão racial têm esta data como um ponto de convergência para manifestações e reflexões sobre suas formas de luta e atuação por uma sociedade que saiba respeitar, contemplar e congregar as diferenças. Podem ser tomadas como exemplo a adoção - em meio a muitas discussões ainda em vigência - das Ações Afirmativas - cotas para negros, que já estão em vigor em universidades como a UERJ, UnB, UFAL e UNEB e a lei que obriga o ensino da história africana e afrobrasileira nas escolas, por exemplo.

Manifestações, atos e passeatas estão sendo organizados em todas regiões do país. As cidades de Piracicaba, Campinas, Limeira, Hortolândia, Ribeirão Pires, Santa Bárbara D'Oeste (SP), União dos Palmares (AL), Cuiabá (MT), Pelotas, Porto Alegre (RS) e Macapá (AP) e o estado do Rio de Janeiro instituíram o dia da Consciência Negra como feriado.

" Ter consciência negra, significa compreender que somos diferentes, pois temos mais melanina na pele, cabelo pixaim, lábios carnudos e nariz achatado, mas que essas diferenças não significam inferioridade.

Ter consciência negra, significa que ser negro não significa defeito, significa apenas pertencer a uma raça que não é pior e nem melhor que outra, e sim, igual.

Ter consciência negra, significa compreender que somos discriminados duas vezes: uma, porque somos negros, outra, porque somos pobres, e, quando mulheres, ainda mais uma vez, por sermos mulheres negras, sujeitas a todas as humilhações da sociedade.

Ter consciência negra, significa compreender que não se trata de passar da posição de explorados a exploradores e sim lutar, junto com os demais oprimidos, para fundar uma sociedade sem explorados nem exploradores. Uma sociedade onde todos tenhamos, na prática, iguais direitos e iguais deveres.

Ter consciência negra, significa sobretudo, sentir a emoção indescritível, que vem do choque, em nosso peito, da tristeza de tanto sofrer, com o desejo férreo de alcançar a igualdade, para que se faça justiça ao nosso Povo, à nossa Raça.

Ter consciência negra, significa compreender que para ter consciência negra não basta ser negro e até se achar bonito, e sim que, além disso, sinta necessidade de lutar contra as discriminações raciais, sociais e sexuais, onde quer que se manifestem. " (Raimunda Nilma de Melo Bentes, Cedenpa ).

O 20 de novembro trata da data do assassinato de Zumbi, em 1665, o mais importante líder dos quilombos de Palmares, que representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada de mais 30 mil. Em várias sociedades escravistas nas Américas existiram fugas de escravos e formação de comunidades como os quilombos. Na Venezuela, foram chamados de cumbes, na Colômbia de palanques e de marrons nos EUA e Caribe. Palmares durou cerca de 140 anos: as primeiras evidências de Palmares são de 1585 e há informações de escravos fugidos na Serra da Barriga até 1740, ou seja bem depois do assassinato de Zumbi. Embora tenham existido tentativas de tratados de paz os acordos fracassaram e prevaleceu o furor destruidor do poder colonial contra Palmares.

O que está ocorrendo

Está ocorrendo que as populações negras vivem em espaços geográficos que não recebem políticas públicas. São áreas sobre as quais o conhecimento científico é praticamente inexistente. Forma-se um círculo vicioso, nada se sabe; e nada se faz de coerente porque nada se sabe. As políticas universalistas do Estado se mostraram inócuas. No governo passado, através de pesquisa do IPEA concluiu-se o que os movimentos negros vinham dizendo há quase 30 anos: há a necessidade de políticas específicas. No entanto, quase nada se sabe sobre essas especificidades pois os pesquisadores e os atuais temas das pesquisas têm a ver com interesses que não são os das populações de descendência africana. Negro e afrodescendentes aqui são sinônimos, definições que vão além das denominações de raça e raça social. Estão ligados ao trânsito da história e a enfoques nos processos de dominação e na produção étnica da submissão neste país. Nós temos falado da necessidade de pesquisas e de produção de conhecimentos sobre os territórios de maioria afrodescendente. Mas não há pesquisa, não há política pública, não há solução objetiva dos problemas.

A democracia prevê a representação de todos os grupos sociais em todas as instâncias de decisão. No estágio atual do capitalismo, a pesquisa científica e os grupos de pesquisadores constituem um grupo privilegiado de exercício do poder, quer pela ação direta na participação nos órgãos de decisão do Estado, quer pela ação indireta através da difusão dos conhecimentos que justificam as ações dos poderes públicos. Os grupos sociais cujos membros não fazem pesquisa ficam alijados dessas instâncias de poder. A ausência de pesquisadores negros tem reflexo nas decisões dos círculos de poder. Vide que temas como a educação e a saúde dos afrodescendentes só passam para a pauta do Estado brasileiro depois que os movimentos negros, com esforços próprios, formaram uma centena de especialistas e pesquisadores nessas áreas e produziram um número relevante de trabalhos científicos.

Por que não existe mais pesquisa e mais pesquisadores? Por que não se quer ter. Não existe vontade política das instituições universitárias e muito menos dos órgãos de política científica do Estado. Os movimentos negros têm sido muito ativos nas propostas de políticas públicas de ações afirmativas para formação de pesquisadores negros. Estas propostas só têm recebido a atenção de setores isolados da sociedade e das fundações internacionais.

São infindáveis as posições e contraposições que o tema encerra. Ainda temos uma mentalidade nacional avessa à existência de negros ou, pelo menos, insensível a qualquer manifestação de afirmação da existência de identidades negras. A aversão não é contra a existência material desses seres ditos negros, mas contra a existência política dos mesmos. Tal qual durante o período do escravismo criminoso, persiste a ótica dominante do medo branco com relação a onda negra. As idéias convenciam a sociedade que o perigo era negro, enquanto a criminalidade oficial branca do Estado e todos os processos de dominação impostos pela matriz européia não eram vistas como perigosos, danosos e dolosos para a sociedade. Tal mentalidade continua se processando, sob novas formas de inculcação, com os mesmos resultados de um certo pânico e pelo menos indisfarçável desconforto frente à visão da organização política, cultural e identitária de negros.

O país funciona bem, é democrático, a Constituição veda qualquer discriminação de raça, sexo ou religião. Essa é a visão conformista e utilitária da nossa situação: a harmonia. Quando algum pesquisador de pele clara se auto-denomina negro, correm os pares, as vezes até mais escuros que ele, a dissuadi-lo com uma enxurrada de argumentos e este passa a ser visto como o produtor da discórdia. "Quem é negro nesta sociedade? Somos todos mestiços. Temos todos um pouco de escravizado e escravizador no nosso passado."

Quem se denomina negro passa a ser o importador de temas estanhos à comunidade harmônica brasileira. As falácias desses argumentos não são analisadas com o rigor da comunidade científica, ficam no pseudo senso científico. As referências biologizantes do tema superam as referências políticas e sociais. Pesquisadores da história se esquecem dos conceitos da história social e se amparam no argumento biológico. Socialmente, nós não temos nada do escravizador, visto que este não mestiçou a sua propriedade com a nossa. Vejam que o escravizador sempre vendeu os filhos que teve como as escravizadas como mais um escravo. A nossa dita morenidade não está representada na distribuição de renda do país. Importada é a maioria ou quase totalidade das idéias científicas difundidas no país. Quais seriam os critérios da condenação de uma importação de idéias em particular? Ou só no campo das relações étnicas é que não é cientifico importar idéias? A crítica da importação também mostra uma ignorância sobre a nossa história social, já que os movimentos negros do Brasil, há mais de um século, pautavam essas temáticas.

É certo que nos damos bem, no campo informal. Pulamos carnaval juntos e jogamos futebol. Mas não estudamos juntos e, muito menos, pesquisamos juntos. "Mas é um problema social". Não temos dúvida que é um imenso problema social, mas para o qual não se procura solução. Existem aqueles que nos dizem que têm em casa uma negra empregada e dizem que é como se fosse da família, mesmo que não dividam com ela o capital cultural, a educação dos filhos ou o seguro saúde da família. No Brasil, até o cachorro é membro da família.

Desde que organizamos a Associação de Pesquisadores Negros, em 2000, com intuito de acelerar o processo de pesquisa das temáticas de interesse dos afrodescendentes, tenho ouvido pelos corredores, e às vezes explicitamente, argumentos da ordem: pesquisa não tem cor; ou que as temáticas abordadas por nós não são suficientemente universais; ou seja, não fazem parte da ciência. Concordo que a pesquisa não tem cor, mas as políticas científicas, que não têm nada a ver com o cerne do fazer científico, essas têm os atributos de cor, de grupo social, de grupo histórico, de marginalizações e de produção das desigualdades sociais, econômicas e políticas. Quem detém o poder detém a primazia da ciência e determina quais temas são parte ou não da ciência. Veja que o mesmo universalismo científico fez com que todas as teorias racistas fossem produzidas, divulgadas e aplicadas pelos corpus científicos. Então, o argumento da universalidade da ciência não serve como científico, em face da própria história da sua construção eurocêntrica. Mesmo ainda por que as ciências físicas hoje travam um imenso debate sobre as idéias de generalização e universalização da ciência, visto as discordâncias sobre a natureza do tempo e do espaço, sobre a lógica da previsibilidade da ciência destruída pela teoria do caos. Podemos quase afirmar que não existe uma ciência universal, pelo menos nos moldes que era concebida há 30 anos atrás.

A formação dos pesquisadores negros passa por todos esses obstáculos ideológicos, políticos, preconceituosos, eurocêntricos, de dominações e até mesmo de inocências úteis vigentes nas instituições de pesquisa e nos órgãos de decisão sobre as políticas científicas. É fundamentalmente um problema político de concepção da sociedade e das relações sociais. Problema que a sociedade científica se nega a reconhecer como um problema, se negando a tratá-lo e colocá-lo na agenda das preocupações. O mesmo ocorre na esfera governamental, que de certa forma reflete o pensamento das instituições de pesquisa.

O capitalismo segue fabricando seus negros. Utiliza a produção científica para reatualizar as estratégias de dominação e subordinação desses negros produzidos. As definições sobre os negros e sobre nossas condições de vida seguem se alterando ao longo do último século. Para se ter uma idéia dessa dinâmica basta acompanhar as modificações que as Nações Unidas tiveram sobre a temática. Mas a média dos pesquisadores brasileiros permanece alheia a essas definições e redefinições. A maioria ainda pensa o negro no mesmo referencial racista e biológico do século XIX. Praticam as concepções da existência de raças humanas e de seus atributos. Vide, como exemplo, o imenso sucesso que o livro Casa Grande & Senzala ainda faz entre eles. Participam de um subdesenvolvimento científico mental nesse setor das relações étnicas, com graves conseqüências para as populações afrodescendentes. Sob um discurso de democracia e igualdade, impõe-se descasos e discriminações sobre a necessidade de pesquisas em temas de interesse da população negra e da formação de pesquisadores originários desse grupo social.



Experiências educativas alternativas





Existem diversos programas educativos espalhados pelo país que são propostos e organizados por entidades ligadas aos movimentos negros brasileiros. Para Campos, a diferença fundamental entre essas propostas e o ensino escolar "é o comprometimento daqueles que montam os programas. Em geral são frutos de experiências de grupos ligados aos problemas dos afrodescendentes; buscam, sobretudo, a eliminação da desigualdade através de um instrumento poderoso: a consciência cada vez maior da coletividade". Como exemplos, o pesquisador cita o Projeto da Mangueira, voltado para os esportes, que já existe há muito tempo, além de experiências que têm levado meninos e meninas às escolas de sambas-mirins no Rio de Janeiro.

Barreto, que tem acompanhado de perto alguns projetos na área de educação implementados por organizações anti-racistas e/ou culturais de Salvador, destaca como exemplos bem sucedidos a Escola Criativa do Olodum, o projeto de extensão pedagógica do Ilê Aiyê e o Ceafro. "Essas experiências têm sido importantes por fomentarem o debate e gerarem demandas por mais qualidade do ensino público, por um currículo menos eurocêntrico e mais multicultural e multirracial, por melhores livros didáticos e por um ambiente racialmente mais democrático nas escolas", diz Barreto. O mais interessante é que esses projetos se transformaram em referência para as políticas adotadas por órgãos oficiais como o Ministério Educação (MEC) e as Secretarias de Educação. Combinando educação formal e não-formal esses projetos tratam, por exemplo, de conteúdos presentes no currículo oficial em espaços como os barracões dos terreiros de candomblé ou as quadras dos blocos afro; outros utilizam parte da produção cultural das organizações - letras de música, mitos africanos etc. - no currículo das escolas regulares. O ensino de História da África, na escola do Ilê Aiyê, já acontece há vários anos.

Para Barreto "é de fundamental importância o fato de que as crianças e jovens negros e mestiços são positivamente valorizados nesses projetos, elas são consideradas como portadores de direitos, o que tem um efeito direto sobre a auto-imagem e a construção da identidade pessoal e coletiva". Atualmente, a socióloga trabalha com projetos educativos voltados para a democratização do acesso e a permanência de estudantes negros e mestiços no ensino superior e coordena o programa A cor da Bahia, que há dez anos realiza pesquisas, publicações e atividades de formação na área de relações raciais, cultura e identidade negra na Bahia. Desde 2002, o programa desenvolve o projeto tutoria, que cria estratégias diversas para estimular, apoiar e promover a formação de estudantes negros que ingressaram na Universidade Federal da Bahia. Com o apoio do programa Políticas da cor fornecem bolsas de ajuda de custo aos alunos e orientação acadêmica, visando o ingresso destes no mercado de trabalho e em cursos de pós-graduação em condições mais competitivas. Na opinião de Barreto, ainda há muito para ser feito com no sentido de assegurar uma maior democratização - em termos raciais e econômicos - do sistema de ensino superior público.

"É preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais", avalia Gomes.

Nas três primeiras semanas de novembro, mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a Fédaration National d' Achat des Cadres(Fnac), em parceria com a editora Pallas e Afirma Comunicação e Pesquisa, promove uma série de debates sobre negros, mídia e gênero.



“A Presença do Negro na Mídia” foi o primeiro encontro, realizado no último dia 04/11, e contou com os convidados, Joel Zito, autor do livro e do filme “A negação do Brasil: o negro na telenovela brasileira” (Senac), e do ator Milton Gonçalves. Joel Zito é cineasta, doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com pós-doutorado no departamento de Cinema e TV da Universidade do Texas (EUA).

“Considerando a característica de agitadora cultural da Fnac, decidimos colocar em discussão questões da cultura afro-descendente. Buscamos parceiros que pudessem discutir com seriedade e clareza estes assuntos. Já no primeiro encontro, podemos perceber que trata-se de uma parceria de sucesso”” declarou Eliane Steyka, da Fnac Barra e coordenadora do evento.

Após público e convidados concordarem em assistir ao filme após o debate, a interação entre estes no espaço aconchegante da Fnac tranformou a conversa, que em muitos eventos tem um tom formal, em um papo descontraído. A platéia, formada em sua maioria por não negros, se entusiasmou com o tema e, inesperadamente, prolongou a duração do debate, passou de duas horas. Sem nenhuma frustração para aqueles que ainda não tinham assistido “A Negação do Brasil”, a exibição do filme foi transferida para antes do próximo encontro.

...Platéia do primeiro dia do evento.Foto: Flávio Gomes da Silva

Para o debate “Identidade e Gênero”, que acontece amanhã, 11/11, a mesa será formada por Lúcia Xavier (Criola), que falará sobre gênero x raça, e Osmundo Pinho, do Centro de Estudos Afro-Brasileiro/Universidade Cândido Mendes (Afro-Ucam)) abordando a questão raça x homossexualismo. Organizadora do livro “A saúde da mulher negra” (Pallas), Lúcia Xavier é assistente social e coordenadora do ONG, de mulheres negras, que trabalha para capacitar mulheres, adolescentes e meninas negras para o desenvolvimento de ações de combate ao racismo, ao sexismo e homofobia e para a melhoria das condições de vida da população negra. Osmundo Pinho é antropólogo e coordena o projeto “Homem com h: articulando subalternidades masculinas”, no Afro-Ucam.

Para discutir “Literatura Afro-Brasileira”, o último debate no dia 18/11, os convidados serão Conceição Evaristo, autora do livro “Ponciá Vicêncio” (Mazza), recentemente lançado, e Fernanda Felisberto (Afirma Comunicação e Pesquisa). Evaristo falará sobre a entrada da literatura afro-brasileira no currículo escolar e dará um panorama da visibilidade da produção nacional. A escritora é Mestre em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/RJ) e Doutoranda em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), além de autora de vários livros.

Fernanda Felisberto enfocará a questão da invisibilidade da literatura afro-brasileira e afro-descendente. Ela é coordenadora do Selo Editorial Afirma, Mestre em Estudos Africanos pelo El Colégio de México, com especialização em literatura e é professora de pós-graduação em História da África, no Afro-Ucam.

De um modo geral, os estudos e as atitudes intelectuais e políticas voltados positivamente à questão do negro no Brasil só se desenvolvem, efetivamente, no século XX, embora tenha havido, no século XIX, toda uma literatura abolicionista, de Castro Alves a Joaquim Nabuco que, no entanto, tratou o negro como um problema homogeneizado pela escravidão, enquanto mácula.

É verdade que Nina Rodrigues, apontado como pioneiro dos estudos africanos no Brasil, vinha trabalhando sobre o tema desde o final do século XIX e que já em 1900 havia publicado no Jornal do Comércio o que viria a ser depois capítulo do livro póstumo Os africanos no Brasil, de 1933. Dois outros capítulos desse livro foram também publicados antes da morte do autor em Paris, em 1906: "As sublevações de negros no Brasil anteriores ao século XIX. Palmares", no Diário da Bahia e "Sobrevivências totêmicas: festas populares e folclore", novamente no Jornal do Comércio.temos a África em nossas cozinhas, como a América em nossas selvas, e a Europa em nossos salões [...] Apressem-se os especialistas, visto que os pobres moçambiques, benguelas, monjolos, congos, cabindas, caçangas... vão morrendo..."

Em 1994, o mundo horrorizou-se com o genocídio em Ruanda, que fez 1 milhão de vítimas inocentes. Envergonhada por sua ação tíbia para evitar o drama, a comunidade internacional fez um voto: “Ruanda nunca mais”. Promessa vazia. Menos de 10 anos depois, em Darfur, no Sudão, a tragédia se repete. Novamente a população civil é objeto do mais cruel processo de destruição



20 de novembro - Dia da Consciência Negra

PROJETO

Literatura...


Aulas de literatura devem ser sempre bem criativas pois estas despertam muito o interesse dos pequenos pelos livros infantis.O livro é uma porta para um mundo cheio de magia e descobertas.Cabe a nós educadores o papel de intermediadores deste contato maior entre a criança e o mundo da literatura!

A Bonequinha Preta
Livro: A Bonequinha Preta - Alaíde Lisboa de Oliveira.Editora Lê


Esta com certeza é uma das minhas favoritas,através deste maravilhoso livro podemos trabalhar tantas coisas boas com nossos alunos.A questão da desobediência,do amor,do egoísmo e até a questão das nossas raças.

Dicas:

* Leve o livro e uma bonequinha preta(feita de pano)para a sala de aula,mas prepare todo o ambiente para que os alunos fiquem curiosos para saber do que se trata.

* Decore uma caixa com papéis coloridos e fitas,será uma caixa surpresa e dentro coloque o livro e a bonequinha.Espalhe pela sala,cartazes pequenos com desenhos que possam levar as crianças a fazerem perguntas,desenhe por exemplo:A roupinha da boneca, o sapatinho,um gatinho,etc...

* Ao abrir a caixa,mostre primeiro a boneca.Explique que ela é uma visita e que ficará alguns dias na sala.Arrume um lugar pra ela se sentar!Deixe que os alunos peguem a boneca,faça esta atividade em rodinha,todos sentados no chão da sala mesmo.Vão surgir algumas perguntas e você deverá respondê-las,anote-as,faça um registro de tudo o que está ocorrendo nesta atividade.Se possível fotografe todas as atividades.

* Durante toda a semana trabalhe com o livro,mostre a capa,explore-a bem,fale sobre a autora:Alaíde Lisboa de Oliveira.Se possível,mostre aos alunos uma foto dela.Ao iniciar o conto, leia com voz suave,sem pressa,os alunos quando gostam de uma história sempre pedem para ouvir novamente,isso é ótimo!Não leia o livro todo em um único dia,vá deixando as crianças com vontade de "quero mais!"

*Ao final da história procure saber deles o que mais gostaram,o que não gostaram,se mudariam algo na história, o que aprenderam com ela,você pode começar a trabalhar algumas questões a partir daí,como os nossos valores,o amor, o egoísmo, a questão de sermos diferentes com relação a cor,mas que somos todos iguais perante Deus, trabalhe o respeito ao próximo,a amizade,etc...


Sugestões de Atividades:

* Fazer com os alunos um mural com desenhos da bonequinha preta.

* Montar um quebra cabeça da bonequinha,fazer colagens,dobraduras,pintura a dedo,modelagem,alinhavo...

* Fazer uma bonequinha de pano para cada um e deixar que façam vistam a roupinha nela.

* Fazer um livrão de reconto,As crianças fazem o reconto você anota e elas desenham as cenas.

*Uma dica bem legal é fazer com os alunos o aniversário da Bonequinha Preta.Faça convites,decore a sala com balões.Neste dia,leve um bolo,docinhos,salgados e sucos,enfeite a mesa...As crianças amam esta festa,lembre-se se fotografar e não esqueça de colocar a bonequinha sentada a mesa também...

*Montar uma exposição com todos os trabalhos desenvolvidos durante este projeto, montar um painel com as fotos mostrando que todo o trabalho foi feito com muito carinho e teve início,meio e fim.Faça um livro de visitas, faça uma lembrancinhas para os visitantes(Pirulito embrulhado com aqueles papéis de bala de franginha,de cor preta,e coloque uma fitinha vermelha,formando o cabelinho dela,faça olhinhos e boca)

Este projeto terá a duração que você escolher e vai depender também do interesse da sua turma,pode acontecer de surgirem novos projetos através deste!Boa aula!!!!





PROJETO: TRABALHANDO COM MÚSICA

1)ESCOLHA UMA MÚSICA QUE OS ALUNOS JÁ SAIBAM DE COR (BOI DA CARA PRETA, ATIREI O PAU NO GATO, PAI FRANCISCO...), ESCREVA-A NUM CARTAZ E FIXE-A NUM LOCAL ONDE TODOS OS ALUNOS POSSAM VISUALIZÁ-LA. DÊ A TODOS A LETRA DA MÚSICA.

2)DE INÍCIO NÃO FALE DO QUE SE TRATA E DEIXE QUE ELES EXPLOREM A LETRA DA MÚSICA FAZENDO SUAS DEDUÇÕES. APÓS, LEIA JUNTO COM ELES E PERMITA QUE ELES DESCUBRAM A MÚSICA. USE UM CD COM A MÚSICA E COLOQUE NO RÁDIO PARA ELES POSSAM OUVIR E CANTAR JUNTOS. DEPOIS QUE TODOS JÁ CANTARAM A MÚSICA COM O AUXÍLIO DO CD, CANTE VOCÊ COM ELES FAZENDO A LEITURA DE AJUSTE NO CARTAZ (LENDO, ACOMPANHANDO A LETRA DA MÚSICA COM O DEDO OU UMA RÉGUA). AH, OS ALUNOS ADORAM QUANDO VÊEM O(A) PROFESSOR(A) PARTICIPANDO DA ATIVIDADE COM ELES. OS DEIXAM BEM PRÓXIMOS!!

3)DEPOIS QUE TODOS JÁ SABEM A MÚSICA, PEÇA PARA QUE ELES ENCONTREM DETERMINADAS PALAVRAS NA LETRA DA MÚSICA E AS CIRCULEM COM CORES DIFERENTES (VOCÊ TAMBÉM VAI ESTAR TRABALHANDO CORES!!). FAÇA ISSO NA FOLHA DELES E DEPOIS PEÇA PARA ALGUNS ALUNOS ACHAREM AS MESMAS E OUTRAS PALAVRAS NO CARTAZ).

4)DEPOIS DISSO, VOCÊ PODE DISTRIBUIR UMA FOLHA ONDE AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE CADA VERSO DA MÚSICA(SUBSTANTIVOS) ESTEJAM FALTANDO PARA QUE ELES POSSAM COMPLETAR COM AS MESMAS (SEM O APOIO DA LETRA COMPLETA DA MÚSICA, SENÃO ELES NÃO REFLETEM SOBRE A LEITURA E ESCRITA E VIRA APENAS UMA CÓPIA!). AUXILIE OS QUE ENCONTRAREM DIFICULDADES!! (FAÇA ESSA ATIVIDADE PRIMEIRAMENTE NO COLETIVO PARA QUE ELES COMPREENDAM, LEVANDO-OS A REFLETIR SOBRE A LEITURA E A ESCRITA.)

5)OUTRA ATIVIDADE É PEDIR PARA QUE USEM ALFABETO MÓVEL PARA ESCREVER PARTE DA MÚSICA (UM VERSO OU O NOME DA MÚSICA). PODE TAMBÉM FAZER ESTA ATIVIDADE UTILIZANDO AS PALAVRAS EMBARALHADAS DE PARTE DA MÚSICA PARA QUE ELES ORGANIZEM.

6)DIVIDA A MÚSICA EM VERSOS E EMBARALHE-OS PARA QUE ELES POSSAM ORGANIZAR OS MESMOS COLETIVAMENTE. DEPOIS PEÇA PARA QUE ELES TENTEM FAZER O MESMO EM DUPLAS OU SOZINHOS DE ACORDO COM O NÍVEL DA TURMA OU DE ALGUNS ALUNOS.

7)FINALIZANDO, PEÇA PARA QUE ELES REESCREVAM A MÚSICA (EM DUPLAS PRODUTIVAS DE ACORDO COM O NÍVEL DE ESCRITA OU INDIVIDUALMENTE). VOCÊ TAMBÉM PODE REESCREVÊ-LA JUNTAMENTE COM ELES TORNANDO-SE O ESCRIBA DE SEUS ALUNOS, ONDE ELES VÃO PODER OBSERVAR ALGUMAS QUESTÕES PECULIARES DA ESCRITA (PONTUAÇÃO,QUE SE ESCREVE DA ESQUERDA PARA A DIREITA, GRAFIA DE ALGUMAS PALAVRAS,QUANDO ACABA A LINHA CONTINUA-SE A ESCREVER NA LINHA DE BAIXO E A PARTIR DA ESQUERDA EM DIREÇÃO À DIREITA...). MAS NUNCA FAÇA ISSO PARA QUE ELES COPIEM!! ISSO NÃO AJUDA NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA!!

DEIXE O CARTAZ À MOSTRA NA SALA MESMO APÓS O TÉRMINO DO TRABALHO COM AQUELA MÚSICA NO PROJETO PARA QUE OS ALUNOS TENHAM A OPORTUNIDADE DE SEMPRE EXPLORÁ-LO E O CONSULTAREM. DESSA FORMA VOCÊ ESTARÁ CONTRIBUINDO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM AMBIENTE ALFABETIZADOR QUE SERÁ MUITO IMPORTANTE PARA A ALFABETIZAÇÃO DE SEUS ALUNOS!! MAS LEMBRE-SE SEMPRE DE RETIRÁ-LO DO CAMPO VISUAL DOS SEUS ALUNOS QUANDO FIZER UMA ATIVIDADE COM A MESMA MÚSICA PARA QUE ELES NÃO COPIEM E SIM ARRISQUEM A ESCRITA, POIS O ERRO É IMPORTANTÍSSIMO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM BUSCA DOS ACERTOS!!! SE NÃO TENTAR, NINGUÉM APRENDE. O MESMO ACONTECE CONOSCO QUANDO TENTAMOS ACERTAR NA NOSSA PRÁTICA PEDAGÓGICA E NA VIDA. SE NÃO TENTARMOS, NUNCA SABEREMOS SE DARÁ CERTO OU NÃO! E SE ERRARMOS, ENCONTRAREMOS FORMAS PARA ACHARMOS OS ACERTOS!

VOCÊ PODE BUSCAR OUTRAS FORMAS DE EXPLORAR A LETRA DE UMA MÚSICA!

E LEMBRE-SE DE SEMPRE AUXILIAR OS SEUS ALUNOS QUANDO PRECISAREM!! VOCÊ É O MEDIADOR DA APRENDIZAGEM DELES!!

E TAMBÉM SEMPRE FAÇA A ATIVIDADE NO COLETIVO, COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS, PARA DEPOIS PARTIR PARA O TRABALHO EM DUPLA OU INDIVIDUAL.

EM DUPLA, OS DOIS ALUNOS TROCAM SUAS EXPERIÊNCIAS ONDE UM AUXILIA O OUTRO E CONSTROEM JUNTOS SUA APRENDIZAGEM!!

**retirado do 4shared
baixe no botão download:

20 de novembro - Dia da Consciência Negra

Comemora-se no dia 20 de novembro, o "Dia Nacional da Consciência Negra". Nessa data, em 1695, foi assassinado Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares. A escolha do 20 de novembro foi muito mais do que uma simples oposição ao 13 de maio: "Os movimentos sociais escolheram essa data para mostrar o quanto o país está marcado por diferenças e discriminações raciais. Foi também uma luta pela visibilidade do problema. Isso não é pouca coisa, pois o tema do racismo sempre foi negado, dentro e fora do Brasil. Como se não existisse".( Flávio Gomes )

Pela Lei nº10.639 toda instituição de ensino fundamental e médio, pública e particular, deve incluir o assunto Cultura Negra no currículo. Contudo, em muitos lugares, após quatro anos de sua aprovação, a lei é ainda ignorada. Muitas vezes simplesmente por falta de capacitação de professores.


As mudanças não estão ocorrendo apenas na parte estrutural, mas também são sentidas na pele por alunos e professores. Estes, agora, têm de buscar atualizações, cursos de extensão e etc; aqueles, terão que se acostumar a conhecer novas culturas e histórias diferentes das quais estamos expostos todos os dias.

NAS ESCOLAS: MUITA PROPOSTA E POUCA MUDANÇA




No início de seu mandato o presidente Lula aprovou a inclusão do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar e tornou obrigatório o ensino de história da África nas escolas públicas e particulares do país. Embora a decisão tenha sido comemorada, alguns pesquisadores ressaltam que existem obstáculos a serem ultrapassados para que a proposta se transforme em realidade. "Em geral, a história dada segue o livro didático e ele é insuficiente para dar conta de uma forma mais ampla e crítica de toda a história", ressalta Vasconcelos. Essa avaliação da historiadora é confirmada pela professora de história Ivanir Maia, da rede estadual paulista. "A maioria dos professores se orienta pelo livro didático para trabalhar os conteúdos em sala de aula. Nos livros de história, por exemplo, o negro aparece basicamente em dois momentos: ao falar de abolição da escravatura e do apartheid".



Campos destaca que alguns livros didáticos de história têm sido mais generosos ao retratar a "história dos vencidos", mas ressalta que a maioria, inclusive os livros ligados a sua área - a geografia -, continua a veicular os fatos sociais de forma depreciativa, seja referente ao Brasil ou a África. "Encontramos com fartura os elementos de modo civilizatório ocidental como a única verdade que merece maiores considerações", exemplifica. Uma iniciativa importante que ocorreu nesse período foi o controle dos livros didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), visando evitar a distribuição de livros contendo erros conceituais e representações negativas sobre determinados indivíduos e grupos. Mas, na opinião de Garcia, seria necessário exigir uma maior revisão nessas obras: "os livros didáticos precisariam abordar a participação do povo negro na construção do país, na construção da riqueza nacional, na acumulação do capital e também as suas batalhas, rebeliões, quilombos e suas lutas mais contemporâneas".



Paula Cristina da Silva Barreto, professora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, destaca que, além dos livros didáticos, outro foco importante são as propostas de mudança na formação dos professores. "Foi tímido o trabalho feito pelo MEC nessa direção até o momento", critica a pesquisadora. Na avaliação dela, sem professores bem preparados para abordar temas complexos, como os abordados nos PCNs, "é muito difícil obter sucesso com a alteração curricular e existe uma grande probabilidade de que as escolas não coloquem em prática o que foi proposto". Os baixos salários pagos e as condições de trabalho desanimadoras nas escolas são fatores também destacados pelos pesquisadores como possíveis responsáveis pelo pequeno envolvimento dos professores com propostas que visam abordar a diversidade étnica e problematizar a questão do negro no Brasil no interior das escolas.


"É preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais".




DICAS:



A cultura africana oferece elementos relacionados a todas as áreas do conhecimento. Se a escola não inclui esses conteúdos no planejamento, cada professor pode colocar um pouco de África em seu plano de ensino:



Língua Portuguesa:



- Para mostrar a influência dos falares africanos no Brasil, você pode usar as palavras de origem banta já incorporadas ao nosso vocabulário.



- Leve para sala de aula lendas africanas e histórias que tratem de diversidade.



- Use livros como Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado, O Pássaro-da-Chuva, de Kersti Chaplet, e o gibi Zumbi dos Palmares (produzido em 2001 pela Editora Lake é distribuído gratuitamente) para atividades de leitura e escrita.



- Familiares dos alunos afro-descendentes podem ser convidados para contar histórias de sua vida, informações que serão transformadas em texto.



Artes:



- Podem ser trabalhados conceitos de arte abstrata e geometrismo, danças, mitos e adereços e máscaras, relacionando essas produções às manifestações artísticas do continente europeu.



O desafio é não resvalar no preconceito nem cair no encantamento do exótico.



Educação Física:



- Usar o iitop, o mbube-mbube (ou o tigre e o impala) e a mamba, e jogos como o yote e a mancala. Iniciar contando a história do jogo e os valores da cultura africana presentes em cada um.



Língua Estrangeira:



- Mesmo quando o idioma a ser aprendido é o inglês ou o espanhol, é possível inserir a cultura africana e afro-descendente.Uma boa idéia é levar para suas turmas letras de músicas do afro-descendente jamaicano Bob Marley e de outros cantores negros e textos em inglês sobre a vida de lideranças como os americanos Malcom X e Martin Luther King.



Ciências:



- Mencionar a evolução das espécies, esclarecendo que biologicamente todos os seres humanos são parecidos e que as pequenas diferenças físicas não interferem na capacidade intelectual.



História:



- É fundamental fazer a comparação com o modo de vida do negro no nosso país, na época da escravidão, nos quilombos e nos dias de hoje.



Atualidade:



- Miséria, epidemias e guerras civis existem hoje nos diversos países da África.Mas também estão presentes em outros lugares. Usando notícias de jornal e livros, dicutir com as turmas as guerras civis em Angola e em Ruanda, a fome e a epidemia de Aids.



Geografia:



- Localize em mapas os diversos povos que vieram para o Brasil e as riquezas de cada região, principalmente as minas de ouro e diamantes, para a turma entender os motivos da exploração.



- Ao falar sobre os diversos povos, é possível destacar as contribuições de cada um para a economia do Brasil Colônia.



Educação Infantil:



- Pesquisa em jornais e revistas das palavras: Trabalho, escravo, Brasil, Portugal e África.

- Identificação de palavras pesquisadas através de caça-palavras

- Leitura do texto “Zumbi pensava diferente”

- Observação do mapa mundi para localização do Brasil, África, Portugal.

- Decomposição da palavra PALMARES para formação de novas palavras.

- Roda de conserva enfocando a diferença entre o dia 13 de maio e o dia 20 de novembro

- Tentativa de escrita de palavras

- Registro de numerais comparando quantidades

- Exploração do calendário mensal

- Exploração do calendário anual com observação de datas que marcam a história de negro

- Construção de um glossário com palavra de origem africana

- Rodas de conversa enfocando a irmandade dos homens, que todos somos iguais.

- Exposição de ervas presentes principalmente na cultura afro

- Contagem de número de letras das palavras

- Localização identificando distâncias: Perto longe a partir da fala do narrador ao afirmar que os negros cativos vinham de muito longe.

- Pesquisa de gravuras ou fotos que demonstrem atos fraternos entre brancos e negros.

- Audição da música “O conto das três Raças” (Clara Nunes) entre outras.

- Exploração de sons afros: tambor, atabaque, berimbau.

- Ilustração da História Tempo de Escravidão (através de pintura com guache)

- Confecção de fantoches com perfil afro;

- Construção de retrato étnico da turma: produção de mural com fotos e frases que traduzem as características étnicas e culturais das crianças;

- Formação de painel coletivo com personalidades negras que alcançaram a fama;

- Construção de maquete de um quilombo;

- Confecção de chocalhos, atabaque e berimbau.



Literatura: Sugerimos as histórias: O ratinho branco e o grilo sem Asas; Menina bonita do laço de fita e a lenda Negrinho do Pastoreio.



"A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei".




20 de novembro - Dia da Consciência Negra

Algumas atividades encontradas no 4shared sobre consciência negra:

Influenza -Informação-Gripe Suína H1N1

Influenza -Informação-Gripe Suína H1N1

O que é?
É uma doença infectocontagiosa causada por uma variante do Influenzavirus H1N1.
Formas de contágio?
A contaminação da gripe suína se dá da mesma forma que a gripe comum:por vias aéras, contato direto com o contaminado,ou contato indireto através das mãos com objetos contaminados.Não há contaminação através do consumo de carne ou derivados suínos.
O vírus da nova gripe é um vírus pesado, isso significa que ele não fica voando por aí: se você dá um espirro, o vírus que sai da sua boca, vai para o ar e cai. Se você espirrou em cima de uma mesa, o vírus cai ali, e uma outra pessoa coloca a mão na mesa e coloca no olho por exemplo, essa pessoa se contamina, mesmo se estiver de máscara.Por isso a importância de lavar as mãos.
É assim que as pessoas se contaminam em ônibus também, primeiro pela falta de espaço, pois se houvesse um respeito de um metro de distância entre uma pessoa e outra não haveria contaminação. Mas sejamos realistas: não tem como entrar num ônibus sem encostar em nada: sem colocar a mão numa barra para segurar, ou em qualquer outro ponto de apoio, enfim, é nesse contato com objetos contaminados que as pessoas podem se contaminar.
E principalmente quando vai espirrar ou tossir cobrir a boca com o cotovelo e não com a mão, pois estamos em contato direto com o meio, colocando a mão em objetos, cumprimentando pessoas. Até por isso, a apelativa de evitar cumprimentos com as mãos e em contato direto, como nós brasileiros, temos por hábito fazer.
Ação do vírus no organismo:
Veja a diferença entre a gripe normal e a nova gripe:
Como se prevenir:





Veja como lavar as mãos corretamente:
O mais importante é se proteger.


Atividade prática com crianças:
promova na sala de aula a festa da purpurina: coloque nas mãozinhas dos pequenos, purpurina ou glitter, mas não explique para quê. Não use apenas uma cor, de preferencia use várias cores, para que as crianças se contaminem entre si com o glitter.Diga apenas que depois eles realizarão uma atividade e então eles devem ficar com o glitter ou a purpurina nas mãos. Só diga que não devem lavar a mão nesse período. Cerca de 15 a 20 minutos é o suficiente e deixe que eles façam as atividades e se comportem normalmente, com a purpurina na mão.
Todo lugar onde a criança colocar as mãos, vai ficar brilhando com purpurina, com o tempo você vai reparar que eles mesmos estarão brilhando: com purpurina pelo rosto,pela roupa e pela sala toda.
É nesse momento que você vai propor a atividade de reflexão:
..peça aos alunos que observem como ficou a sala e onde tem purpurina, dê tempo para que eles observem o ambiente, observem os colegas e peça para eles falarem onde está brilhando de purpurina.
Peça que observem se eles têm em si apenas a purpurina da cor das mãos, ou outra. Normalmente, eles terão de outras cores, pelo contato com os colegas.
Então explique a eles que a purpurina eles conseguem ver, mas o vírus não, porque ele é microscópico, só se enxerga com aparelhos especiais, enfim. Mas, que se ao invés da purpurina eles tivessem com o vírus nas mãos, após um espirro ou uma tossida,eles teriam contaminado todos os ambientes que estão brilhando e os colegas tmabém.
Por isso é importante lavar as mãos, passar alcool para matar o vírus, enfim, ter hábitos de higiene.
Após a atividade leve os alunos para higienizarem as mãos e aproveite para ensiná-los a fazer isso corretamente...
A atividade é muito simples, mas de grande poder simbólico, o que facilita a compreensão das crianças.

**Atividades escritas não serão postadas aqui, elas foram enviadas aos clientes atualizados do banco via email.**

terça-feira, 27 de agosto de 2013

comunicação


ALUNOS DO PROJOVEM TRABALHANDO A COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO


A comunicação tem sido através dos tempos a arma mais poderosa que o ser humano já descobriu, pois é com ela que expressamos todos os nossos sentimentos. Podemos demonstrar com um simples olhar que estamos satisfeitos ou não com esta ou aquela situação, que precisamos de ajuda ou queremos ajudar. As linguagens: verbal, visual e gestual, são as ferramentas usadas para aproximar as pessoas ou países. Os alunos do ProJovem Urbano de Sobral dos núcleos Cirão e Carmosina, estão desenvolvendo trabalhos que explicam o que é comunicação e quais são os meios de comunicação. Portanto, estão elaborando fanzines como este que está postado e cartas que são escritas pelos alunos de um núcleo para o outro e vice-versa. com estas ações de comunicação são trabalhadas: escrita, produção textual, socialização e gramática já que os alunos junto com os professores fazem a correção das cartas que recebem.


Como atrair a atenção dos alunos

Como atrair a atenção dos alunos

Em "formação continuada", diga-se reunião entre equipe gestora e quadro docente,
sobre reelaboração do Projeto Político Pedagógico, a escola identificou entre seus alunos:
Extrema falta de interesse nas aulas;
Excesso de faltas às sextas-feiras;
Necessidade de estudos complementares; e
Despreparo para realização de provas nacionais também em função da formatação das mesmas com múltipla escolha e gabarito.
Então para satisfazer essas demandas, ficou acordado que mensalmente, em uma sexta-feira pré determinada, será aplicado um simulado com questões de todas as disciplinas e duração mínima de uma hora, na tentativa de também estimular a concentração, podendo o professor registrar ou não a média da prova ou a nota da sua disciplina em seu diário de classe para compor a média bimestral.
Será que esta ação auxiliará para que haja mais atenção e interesse durante as aulas? Será que esta ação auxiliará na redução das faltas?
Será que estimulará os alunos a estudarem em casa?
Ficou um contraponto em relação à múltipla escolha e o gabarito, pois pareceria ilógico aplicar um modelo de prova que não tenha sido oferecido em atividades anteriores, no que foi dito que alguns professores já vem trabalhando nesta linha de preparo para resultados do IDEB. Fica mais essa reflexão!
A forma que a escola encontrou para lidar com tais deficiências me remetem ao OFÍCIO DE ALUNO, descrito por Perrenoud, que idealmente, incita-os a trabalhar para aprenderem, mas que na realidade acaba se tornando no cumprimento de exigências específicas em que muitas vezes não é a construção do conhecimento o mais relevante, tal como se pede também às crianças e adolescentes que trabalhem para estarem ocupados ou para serem avaliados e mais prosaicamente impõe-se o autoritarismo do professor.
Penso que a PROVA OPERATÓRIA deveria ser estimulada por assimilar estudos e publicações de Vasco Moreto que indicam os benefícios no resgate dos conhecimentos construídos pela contextualização de exercícios e enunciados o que me parece ser muito mais significativo para os alunos, o que leva a imaginar esta ser uma ação mais apropriada para este caso.
Um primeiro contentamento se aproximaria de mim se fossem imaginados instrumentos que demonstrassem a origem do desinteresse, e que apropriando-se do conceito de AVALIAÇÃO que ultrapassa o sentido de verificação que apenas verifica, o de PROVA, que é apenas um instrumento de avaliação, pois o conceito de avaliação é mais amplo e abrange a reflexão embasando tomada de decisões apropriadas que se ajustem ao alcance dos objetivos planejados como escolha consciente, a mesma equipe buscasse meios de combater as causas dando suporte a um crescente protagonismo de seus alunos, se tornando de fato referência na comunidade como centro de construção de cidadãos que da mesma forma buscariam e combateriam as origens das injustiças sociais a que sempre estiveram expostos e que a escola não tem sido eficiente em encaminhar melhorias.

ECA: professor não pode xingar aluno ou aluna!

ECA: professor não pode xingar aluno ou aluna!

Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8069/90 | Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990

Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo II 
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
As coações ou torturas físicas e mentais também foram objeto de preocupação por parte do legislador, inclusive aquelas que são praticadas pelas pessoas responsáveis pela proteção.
Título VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Capítulo I
Seção II
Dos Crimes em Espécie
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.

DEMOCRACIA, CORRUPÇÃO E OMISSÃO

Texto:
DEMOCRACIA, CORRUPÇÃO E OMISSÃO


A dica de leitura e reflexão (ou ainda, dica de uma aula) é ler o fragmento do texto de Marcia Tiburi e a partir dele refletir algumas questões importantes.
Segue fragmento do texto e sugestões de questões para reflexão:
Por que somos corruptos?
Por Marcia Tiburi
A máxima “o poder corrompe” é a bandeira que cobre o caixão no qual velamos a política. Ela é primeiro desfraldada por aqueles que pretendem evitar a partilha do poder que constitui a democracia. Ela é aceita por todos aqueles que se deixam levar pela noção de que o poder não presta e, deste modo, doam o poder a outros como se dele não fizessem parte. Esquecem-se que a falta de poder também corrompe, mas esquecem sobretudo de refletir sobre o que é o poder, ou seja, ação conjunta.
Democracia é partilha do poder. É o campo da vida comum, a vida onde todos estamos juntos como numa mesma embarcação em mar aberto. Partilhamos o poder querendo ou não, mas podemos fazê-lo de modo submisso ou democrático, omisso ou presente. Estamos dentro da democracia e precisamos seguir suas conseqüências. Democracia é também responsabilização pelo contexto em que vivemos: pelo resultado das eleições, pela miséria, pelo cenário inteiro que produzimos por ação ou omissão. Mas não nos detivemos em escala social para entender o que a democracia é e, por isso, falta-nos a reflexão que é capaz de orientar o seu sentido, bem como o sentido do poder e da política.
[...] É nosso dever hoje reavaliar a experiência brasileira diante da política. A compreensão da política como campo da profissão, por definição, corrupta, é ela mesma corrompida e corrupta. Ela destrói a política, cujo significado, precisamos hoje, refazer. Esta é a ação política mais urgente. Acostumamo-nos ao pré-conceito de que política é apenas governabilidade e deixamos de lado a idéia fundamental de que a política é projeto de sociedade da qual participam todos os cidadãos. Reclusos em nossas casas, acreditamos que a esfera da vida privada está imune ao político. Esquecemos que o pessoal é também político, não como espetáculo, mas como lugar de relação e modelo da esfera macroscópica da sociedade. [...] Na omissão praticamos a anti-política. Toda anti-política que seja omissão e não crítica é corrupção da política por ser corrupção da ação. A mais urgente das ações políticas na atualidade, além da punição dos que transformaram nossa governabilidade em prostituição da ação, é refazermo-nos como políticos no verdadeiro sentido.
Este artigo é fragmento do artigo que foi publicado em Zero Hora de 30 de abril de 2006, na Coluna Tema para Debate.
Questões para reflexão:
  1. Quais as consequências do desinteresse da sociedade pela política?
  2. É possível não nos envolvermos com a política?
  3. A corrupção existente hoje na política brasileira é culpa apenas dos políticos profissionais?
Sugestões para outros encaminhamentos.
Ampliar as discussões visando despertar e desenvolver o senso crítico. Pode-se, a partir deste estudo/ atividades, propor o desenvolvimento de ações no espaço escolar e na comunidade.
Exemplos:
  • Campanhas sobre cidadania e participação política (do jovem);
  • Campanha de mobilização pelo voto consciente;
  • Campanha de combate a todo tipo de corrupção;
  • Blog;
  • Teatro itinerante;
  • Jornal ou mural informativo.
b) Recursos
  • Tv;
  • Pendrive;
  • Textos;
  • Jornal, revistas;
  • Laboratório de Informática.
3. AVALIAÇÃO
a) Critérios:
O educando dever apresentar desenvolvimento na capacidade de:
  • realizar análise crítica e autocrítica;
  • compreensão do problema social e dos conceitos relacionados;
  • articulação dos conteúdos com sua prática;
  • argumentar com clareza e coerência. 
b) Instrumentos:
  • Expressão oral e escrita: Pesquisa, elaboração de texto e trabalho em grupo. 
4. REFERÊNCIAS 
a) Bibliográficas
CASTRO, Lúcia Rabello. Participação Política e Juventude: do mal-estar à responsabilização frente ao destino comum. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsocp/v16n30/15.pdf. Acesso: 02/07/2012 
DIMENSTEIN, Gilberto, RODRIGUES, MARTA M. A, GIANSANTI, Alvaro Cesar. (Orgs) Poder e Estado in Dez Lições de Sociologia para um Brasil cidadão , p. 176-177, Editora FDT, São Paulo, 2008.
GORZONI,Priscila – Os meandros da corrupção no Brasil e como esse mal está instalado na sociedade – Revista Sociologia nº 28, p.26-33,36,37, Editora Escala, São Paulo, 2012. 
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio – Cap. 13, 2ª edição, Editora Saraiva, São Paulo, 2010.
SOUSA, Diogo Tourino, PERLATTO, Fernando. As eleições e a democracia, Revista Sociologia nº 39, p. 35-51,Editora Escala, São Paulo, fevereiro/março-2012 
TIBURI, Marcia. Democracia, corrupção e omissão Disponível em 
________ A tolerância à corrupção no Brasil: uma antinomia entre normas morais e prática social. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762009000200005
b) Eletrônicas
TV Taques | Corrupção é crime hediondo -
Política Brasileira - http://www.politicabrasileira.com.br/
c) Sugestão de material de apoio
Cartilha do Cidadão Consciente. Publicação do Departamento Intersindical de 
Assessoria Parlamentar – DIAP – Edição nº1, ANO 1 – 2010.
Manual Contra a Corrupção – Integridade, Ética e Transparência contra a corrupção. Governo do Estado de Minas Gerais – Auditoria Geral do Estado, Belo Horizonte, 2008

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=732#sugestoes