domingo, 2 de janeiro de 2011

APENAS MULHER

Ela mal nasce, nem cabelos ainda tem,
e já lhe arranjam lacinhos coloridos
bem colados à carequinha.
Mulher nasce prá ser mais cores
entre todas as cores.
Mulher é arco-íris.
Ela mal cresce, mal "desmama" as
bonequinhas e já sai dando colinho para
os colegas da escola, para o amiguinho
tristonho, para a mãe carente,
para o papai cansado,
para quem lhe pede abrigo.
Mulher é colo.
Ela adentra a adolescência,
chama a atenção dos meninos,
dos "maduros" sonhadores,
dos passageiros de ônibus, motoristas,
cobradores e até do irmão mais velho!
Mulher é tentação.
Quando já passa dos 20, quantas
histórias já conta!
Já teve amor malogrado, já teve o
primeiro beijo, o primeiro namorado,
despedidas, desencontros, alegrias
inesquecíveis, sucessos, também fracassos.
Mulher é novela.
Vai para os 30, 40, 60...
não crê que alcança os 80!
Quantos amores!
Quantas marcas!
Uniões, filhos, empregos, patrões
(dentro e fora de casa), metas alcançadas,
tantos desejos frustrados, tantas
palavras já ditas, muitos silêncios
impostos, compreensões, incompreensões,
traições e mil desgostos.
Mulher é história.
E quando ela deixa o mundo, em algum
canto do quarto acha-se um fio de cabelo,
vê-se uma oração à antiga cabeceira,
ouve-se sua canção favorita, seu
confessor travesseiro e a mancha
da última lágrima.
Mulher é saudade.
Mas ela sempre renascerá em outras
mulheres, sempre será o que veio para
ser, sempre cumprirá sua missão
de Luz entre os homens, sempre será
apenas e tão somente o que é.
Apenas e tão somente Mulher.

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