quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O ENCANTO DE SER PESSOA

O ENCANTO DE SER PESSOA

A palavra pessoa é muito comum entre nós. Apesar de a repetirmos o tempo todo, nem sempre a aplicamos com a devida consciência de seu significado. Geralmente a compreendemos somente como referência primeira ao ser humano, mas creio que valha a pena mergulhar um pouco mais nos significados profundos para os quais a palavra pode nos apontar.

A palavra "pessoa", do latim persona e do grego próso pon , foi amplamente sustentada na cultura como referente aos "disfarces teatrais", e por isso ficou muito associada à personalidade representada pelo ator. Os gregos, grandes inventores do teatro, e certamente os maiores fundadores da cultura ocidental, legaram-nos essa palavra e essa derivação: pessoa é a máscara que o ator sustenta no rosto. O contexto cristão ultrapassou essa concepção e plenificou a palavra para um sentido mais profundo.

Segundo a Antropologia teológica cristã, o conceito de pessoa deve ser compreendido a partir de dois pilares: ser pessoa consiste em "dispor de si" e depois "estar disponível". Dispor de si é o mesmo que "ser de si, ter posse do que se é". Esse primeiro pilar refere-se diretamente a tudo aquilo que já mencionamos a respeito da subjetividade. O eu primeiro, o irrenunciável que nos caracteriza em nossa singularidade. PE FABIO DE MELO.

E interessante perceber que a singularidade é um tesouro que não se esgota. Constantemente, vivemos a aventura de desvendar nossos territórios. E como se todos os dias fizéssemos uma caminhada pelo espaço onde está localizada nossa casa, e sempre descobríssemos lugares nunca antes percebidos. Uma vez descoberto, o território passa a incorporar o que somos. Olhamos e dizemos: isso é meu! Descobrir não é o mesmo que inventar. Nós já estamos em nós; o único esforço é descobrir o que somos.

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