terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Amor e seus questionamentos

Amor e seus questionamentos

Estava em frente do espelho, na busca desenfreada por mais fios de cabelos brancos –  responsáveis por delatarem os anos que passam rápido demais, que chegam sem pedir licença e que estão apenas a uma semana de me deixarem num ponto de histerismo incontrolável – quando comecei a questionar o amor.
A gente vive em busca do ‘sentimento necessário’, aquele que nos faz melhores, mais felizes, mais completos; mas sabemos quando o encontramos? Alguém, algum dia, se deu ao trabalho de classificar todos os sintomas e reações que essa coisa provoca? É verdade sobre as borboletas no estômago? Tudo é sempre um mar de rosas? Tem que ter briga, tem que ter tesão  e sexo na mesmo proporção ao longo do tempo?
Se não existe demonstração de ciúmes, será que ele gosta de mim? Se ao invés de brigar, eu saio andando, significa que não me importo? Se toda hora falo ‘eu te amo’, por mais que ele saiba que eu amo, é para me convencer que, de fato, eu amo?  A calmaria, no lugar daquela ansiedade toda, é sinal de maturidade ou falta de apego? Dormir todo dia junto leva ao marasmo, à acomodação? Se nos vemos bastante,  vai enjoar? Ainda precisa de alguns segredos entre nós, de um joguinho de sedução ou o que vale é ser sincero e espontâneo? Deixa-se um pouco as baladas de lado ou cada um cede um pouco? Abro mão de uma ou outra companhia que ele não se sinta bem ao lado? Conto para ele que falei com meu ex?
E depois de tantas perguntas sem respostas, me perguntei porque estava me perguntando aquilo! Pois as pessoas descrevem a felicidade delas como um nirvana e às vezes, somos levados a acreditar (o mundo da inveja e fofoca é um c#!) que o que temos não é tão bom assim. Escutamos bastante sobre proezas sexuais, orgasmos alucinantes, presentes maravilhosos, pedidos de namoro pra lá de românticos, declarações de amor de fazer chorar, scraps, depoimentos e sei lá mais o que! E quem não tem isso, faz o que? Se mata?! Termina com o desgraçado, alegando que ele é o filho da puta mais insensível que você já viu na vida?
Melhor: observe!
Ele cuida de você? Ele segura sua mão quando o mundo todo está ruindo, te apazigua sem te mimar e te mostra o lado positvo da situação? Ele acredita no seu potencial e te incentiva a ir à luta? Quando você o abraça, a primeira sensação é a de paz? Você se sente segura ao lado dele? Mesmo conhecendo o passado dele, consegue ver o que ele está fazendo para mudar? Você o vê transpondo certas barreiras em nome do que  estão construindo? Ele é capaz de adivinhar se você está  triste, feliz ou brava apenas pelo tom da sua voz? Você sabe do que ele gosta e compra um presente sem medo de errar? Você sente o cheiro dele no seu corpo e sorri que nem uma idiota por isso? Você sabe que pode conversar com ele às 4 da manhã que ele vai te escutar? Você faz a comida favorita dele e uma massagem depois que ele teve um dia de cão, mesmo estando cansada, apenas porque quer vê-lo feliz? Você se excita só de ver o corpo dele?
Vocês completam frases, pensamentos e sabem o que cada um diria naquela situação? Vocês se divertem na balada, no cinema, vendo filme ou numa roda de amigos? Vocês conversam abertamente sobre medos, estado de saúde, problemas finaceiros e vestimenta? E mesmo assim você não tem ciúmes, não briga e as porras das borboletas nem cócegas fazem no seu estômago?
Amiga, sinto muito em te avisar, mas você está numa relação saudável e madura, provavelmente com o amor da sua vida. E tenho dito!

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