sexta-feira, 7 de junho de 2013

Paráfrase de Helena sobre A Arte de Ser Feliz


Quando pequena, morava numa cidade e minha janela se abria para uma porção de prédios. O mundo parecia maior. Ao anoitecer, com muito esforço, puxava uma cadeira para junto da janela e me punha a observar as luzes da cidade. Por vezes eu via nelas rostos, figuras, animais ou, ainda, só cores e freqüências diferentes. Com essas imagens e cores que me divertiam, eu me sentia completamente feliz.

O tempo passou e a minha janela passa a abrir-se para um grande varal, pertencente a uma lavanderia. Via as roupas flutuando ao vento, numa dança misteriosa, e me perguntava: de quem essas roupas seriam? Quem as teria confeccionado? Quem as teria vendido? Não sabia responder, mas a imagem do baile aéreo de camisas, vestidos e combinações me fazia completamente feliz.

Mais tarde, minha janela abria-se para uma colina verdejante. Nos belos dias de céu límpido, subia até a colina um grupo de crianças e jovens, que se punham a dançar cirandas. Não chegava a ouvir suas vozes, mas pelos seus gestos identificava qual era a melodia. Esse jogo de adivinhação me fazia completamente feliz.

Agora minha janela se abria para o jardim da casa vizinha. Nesse jardim, eu observava, por horas a fio, um velhinho cuidar de suas plantas, flores, mudas. Um dia houve uma tempestade e uma grande árvore tombou bem no meio do jardim. Assim que o tempo voltou a ficar ensolarado, lá estava o velhinho cuidando de suas plantas, flores e mudas, como se nada tivesse acontecido. Essa imagem da persistência me fazia completamente feliz.

Vejo flores, leões e tigres, danças, ouço músicas, risadas e observo pessoas maravilhosas. A felicidade está atrás de cada porta e janela, é só saber encontrá-la.

Helena Rodrigo Küller – 16 anos, 2º. Ano do Ensino Médio

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