Fé
Eduardo Baqueiro
O telefone tocou, reconheci aquela voz distante
Uma voz que vinha com sinais de tristeza
De uma amiga querida que se achava perdida
Sua mãe estava doente, e a morte espreitava sua mente
O desespero invadiu-lhe a alma, absoluta
Como somos estúpidos, não aceitamos o fim da jornada
Sofremos, como se fosse a única coisa a fazer
Talvez porque a morte tem seus mistérios
Envolta num véu escuro, sim isto é verdade
Mas onde está a fé neste momento?
Perdida numa caixa no fundo do baú?
Ou esquecida dentro da rotina do seu dia a dia?
Morte não é o fim, tampouco um adeus definitivo
É apenas uma pausa de uma jornada infinita
Perde-se apenas o corpo, do pó ao pó
Mas a alma continua, a luz e o amor continuam,
todos os sentimentos, as lembranças
e tua consciência te acompanham
Saímos do lodo e encontramos a realidade
Se não tens medo da verdade alegra-te, ó homem
A cortina se desfaz e tua alma se renova
Um novo mundo, novas experiências te aguardam
O aprendizado te servirá de esteio
para o caminho que está a te esperar
Encontrarás aqueles que partiram antes de ti
Não desejarás retornar,
verás a tolice ao pensar que o fim estava próximo
Temos tanto para aprender e deixamos as lições para amanhã
preocupados com nossas tolices
Amiga, não tema a morte, ela virá um dia
e nada poderás fazer a não ser te curvar...
Preocupa-te com aquilo que pode mudar,
onde possa fazer a diferença, seja útil
Na medida de suas possibilidades,
deixe a vida correr em seu ritmo
E tenha fé que ficará bem
Seja feliz...
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