sábado, 21 de abril de 2012

Buscando a simplicidade

A modernidade nos trouxe bastante coisa interessantes e boas para nossas vidas.  Nossa média de expectativa de vida deu um salto ( creio que seja de 60 anos atualmente).  Nos comunicamos com a velocidade da luz, a informações não tem mais donos, temos a internet onde um universo de conhecimento está disponível, temos os computadores, as máquinas, etc.
Quando criança me lembro bem de ter várias filmes, desenhos, séries e etc sobre como seria a vida do futuro. Pondo de lado as roupas ridículas e os “discos voadores como transporte”, nós até que ultrapassamos as expectativas. Nossas casas estão automatizadas: ninguém mais lava roupa na mão; temos máquinas para lavar louças, máquinas para limpar o chão (até robos autônomos), televisões de leds ou plasma, lampadas super economicas, smartfones, etc.
A vida se tornou confortável. Na saúde os avanços foram tremendos: curas para muitas doenças, equipamentos que são capazes de nos ver por dentro sem cortes ou radioatividade.  Remédios que prolongam a vida e a sexualidade. Somos “felizes”, não.
Apesar de tudo isso parece que nunca, como antes, tivemos tão pouco tempo para fazer as coisas. Como todas as pessoas que conversa, ninguém foi capaz de ter um tempo para trocarmos “dois dedos de prosa”.  Ninguém mais tem disponibilidade para ler, sentar e admirar algo, ir na praça, caminhar (a não ser para se exercitar e mesmo assim aproveitando para ouvir as notícias no rádio ou um podcast). Fato é que estamos tão ocupados que não temos tempo para viver.
Sobrevivemos as nossas jornadas. Sobrevivemos aos nossos dias super ocupados: nunca trabalhamos tanto.  Hoje é normal fazer hora extra.
Lembro do meu avô me contando de seu tempo em que tinha hora para chegar mas tinha hora para sair. Nem por isso o mundo parou ou alguém deixou de viver.  As pessoas tinham tanto comprometimento quanto hoje.  Muitos afirmam que eram anos dourados.
O que mais vejo é gente correndo. Porque? Hoje temos máquinas que fazem o dobro em metade do tempo? Porque se hoje temos os computadores que fazem contas milhões de vezes mais rápido que nós?  Taí uma contradição para mim.
Fomos capazes de criar coisas para facilitar mais ainda nos falta tempo para fazer tudo que “precisamos”. Tudo é para ontem. Culpa das malditas máquinas… mas opa … elas eram para nos salvar.
De novo coloco a culpa em nossa ganância. Podemos fazer muito mais em menos tempo que antes, logo podemos ter mais.  Só que quem tem mais são poucos. O restante trabalha muito mais.  Nunca a riqueza esteve tão concentrada.
Acredito que precisamos a ter mais simplicidade em nossas vidas.  Reduzir nossa velocidade. Caminhar ao invés de correr. Apreciar mais a paisagem da vida. Vivemos mais, porém vivemos pior que nossos ancestrais.
Não sou a favor de vivermos como homens da caverna, sou a favor, de sermos simples. Porque essa correria? Porque tudo é para ontem? Porque não reduzir, se contentar com menos? Ficar com o necessária?
Precisamos voltar e nos acharmos no caminho. Voltar a buscar mais tranqüilidade.

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