sexta-feira, 12 de abril de 2013

Mosquitos ajudam a combater a dengue no Norte da Bahia

Mosquitos ajudam a combater a dengue no Norte da Bahia

Projeto piloto de controle biológico usa machos do Aedes aegypti geneticamente modificados para cruzar com as fêmeas do mosquito soltas na natureza e transmitir um gene que mata os filhotes.

Uma nova descoberta sobre a dengue está em teste na Bahia e, em breve, pode chegar a todo o Brasil. É um mosquito criado em laboratório cujos filhotes morrem logo depois de nascer.
Três vezes por semana, milhares de mosquitos são soltos em bairros populares de Juazeiro, no Norte da Bahia. São machos do Aedes aegypti geneticamente modificados, inofensivos à população. Eles cruzam com as fêmeas que estão na natureza e transmitem para elas um gene que mata os filhotes. O projeto piloto de controle biológico começou em fevereiro de 2011.
Os técnicos montam armadilhas em algumas casas para capturar mosquitos, e é dessa forma, por amostragem, que eles conseguem calcular a incidência do Aedes aegypti. Os primeiros resultados do trabalho são muito animadores. Nos dois bairros onde o projeto é realizado, a população do mosquito transmissor da dengue caiu de 80% a 90%.
"Hoje melhorou bastante, ninguém ouviu falar mais de mosquito da dengue, ninguém adoece, melhorou bastante", diz a moradora Tatiane Andrade.
É em uma empresa de biotecnologia em Juazeiro que os mosquitos transgênicos são produzidos. Com o novo laboratório, inaugurado neste sábado (7), a capacidade de produção vai aumentar de 500 mil para quatro milhões de mosquitos machos por semana. O projeto, financiado com verbas públicas, também será ampliado.
A partir de setembro, os mosquitos transgênicos vão começar a fazer o controle biológico na cidade de Jacobina, no sertão da Bahia, que tem 80 mil habitantes.
"Isso pode permitir para o Ministério da Saúde resultados mais concretos para ver se esse tipo de tecnologia já pode ser utilizado em todo o país para o controle da dengue", conta o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
Para que o estudo garanta bons resultados, os pesquisadores já conseguiram o primeiro avanço: conscientizar a população. "A gente sabe que eles não picam, a gente sabe que é para o bem da população, para o bem da comunidade, né", fala a dona de casa Maria de Fátima Pereira.
 

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