quarta-feira, 13 de abril de 2016

ENSINAR A APRENDER

ENSINAR A APRENDER

Eu adoro pensar. reflectir. saber mais.
mas dá uma trabalheira do caraças pensar em tudo então gosto de ler quem já pensou em tudo.
Li, há uns bons meses, uma mãe que dizia que não trancava nada em casa: o objectivo era ensinar os filhos que NÂO se toca aqui, NÂO se mexe ali.
Defendia esta mãe que, se trancas tudo, não ensinas sobre o perigo do fogo, lesiva, facas, etc.
Aquilo fez-me muito sentido. E, apesar do medo, foi observando mas ensinando isso mesmo à minha filha: esta gaveta é da mãe, esta gaveta é tua. esta porta tem coisas que podes brincar, esta tem coisas com que te podes magoar.
A surpresa: funcionou. Tenho uma gaveta de facas onde ela não mexe. Mesmo acima de uma de colheres onde ela brinca quando quer.
este é o mundo fantástico do ensinar a aprender: não lhes ensinamos como “as coisas são”. ensinamos como devem aprender.
A lição tem-se alastrado a uma série de areas, nomeadamente, ao ensinar a aprender a dormir.
Eu acho lamentável que tenham proliferado, qual ervas daninhas, especialistas do sono. Como se alguém pudesse ensinar alguém a dormir!
E o que me chateia? É que há pais que parece que têm filhos só para os despachar rapidamente para a vida adulta. mal nascem, há que os ensinar a dormir sozinhos. comer sozinhos. E, para quando, ensina-los à nascença a cagar sozinhos?! Sim, porque o que me parece é que há pais se se sentem desejosos de se livrar do trabalho de criar um filho, e mudar fraldas dá um trabalho do caraças!
A verdade é que nada na vida é de um dia para o outro:
– Aprendeste a andar? Para quando a maratona?
– Aprendeste a conduzir? Para quando o autódromo?
– Já sabes ler e escrever? Para quando o PhD?
No que toca ao sono, aqui sempre houve co-sleeping. Mas porque sempre acreditei no apego. no carinho. no acompanhamento.
E sabem a unica coisa que me irrita?
É algum dia ter duvidado de mim.
Porque aos 2 anos menos 1 mês a Clara pediu para dormir na cama dela.
E, hoje em dia, já adormece quase sempre sozinha. Não tenho pressa, sempre que ela quiser eu estou lá.
Porque sei que lhe estou a ensinar a aprender.
Porque sei que ela sabe que eu estou sempre lá.
E se não é para isso que se têm filhos, então não sei para que é.

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