terça-feira, 25 de novembro de 2014

Como saber se estou exigindo demais dos alunos?

Como saber se estou exigindo demais dos alunos?

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Cobrança é uma das palavras mais utilizadas no sistema de ensino e os alunos sofrem pressão para atingir cada vez notas melhores. Os professores estão diretamente ligados a este processo, não só por decisão própria, mas também porque são cobrados pelo sistema de ensino a atingir metas rigorosas, nem sempre comprometidas exatamente com o aprendizado do estudante.
Conheça agora quais os sinais aparentes quando essa situação de exigência torna-se extrema e o que é desencadeado em sua sala de aula por conta disso.

Falta participação do grupo

A pressão do sistema para fazer a criança aprender a ler e escrever cada vez mais cedo é uma forma de empurrar o ensino goela abaixo. Depois, vem os testes sucessivos para avaliar o aprendizado, pressionando mais ainda os alunos para obter boas notas, mas talvez falhando em avaliar o conteúdo aprendido.
Exigir além da conta pode limitar a criatividade e tornar os alunos pessoas menos flexíveis do que na verdade a vida está cobrando nos tempos atuais.
É claro que o sucesso acadêmico é cada vez mais cobrado por parte dos pais. Por isso, a escola fica pressionada em apresentar resultados e isso permeia para a sala de aula. Ao mesmo tempo, é papel do professor, que fica na linha de frente, em contato direto com o aluno, buscar o discernimento entre o ensino para as notas e o ensino para a vida.
Se a sala de aula tem alunos desmotivados e demonstra apatia, este é um sinal que a locomotiva está no caminho errado. A exigência em excesso cria esses sintomas, pois o estudante que não acompanha a cobrança tende a se excluir do restante do grupo e perde o foco.

Uma mudança de comportamento

Exames são uma métrica que ajuda o professor a avaliar o desempenho dos estudantes, mas quando esses testes passam da conta o efeito é prejudicial. Uma mudança de comportamento de um aluno ou vários que sempre participavam das aulas, mas de repente ficam desinteressados mostra que algo passou da conta.
A sala que antes estava focada e em silêncio, agora tem mais e mais gente inquieta, retrato de um outro sinal que representa como a pressão do professor pode ter interferido no processo de aprendizado de forma negativa e afastado a classe dos objetivos iniciados pelo professor.
Às vezes, é preciso avaliar o tempo que um conteúdo deve ser dado para fazer com que os alunos consigam acompanhar e voltarem a interagir com a matéria e com quem a ministra. É comum que cada estudante tenha um período diferente para absorver o conhecimento. O desafio é equilibrar isso em uma sala com mais de 20 jovens.

Falta de coletividade em sala

Aqui no Brasil, como via de regra, os alunos de classe média são os que passam por maior pressão em sala de aula. Esse fenômeno é identificado porque as expectativas de pais dessa faixa social criam projetos para vida dos filhos desde que eles são crianças. Sempre com foco que esses jovens precisam alcançar um trabalho com alto salário. E eles estudam em escolas que precisam atender a essas aspirações do pai e da mãe.
Assim, desde a infância, o aluno entra em uma corrida que visa apenas resultados e precisa cada vez mais de testes para medir isso. O reflexo disto é uma capacidade de solidariedade social menor e mais espírito competitivo e individualismo.
Afinal, quanto mais cegas as pessoas estão pelos próprios resultados, menos irão olhar para o companheiro do lado. Quando isso acontece com uma sociedade polarizada, como a brasileira, a repercussão é desastrosa porque perpetua uma concentração de conhecimento e riqueza.

Iniciativa zero, dependência 10

A criatividade e iniciativa própria trabalham em franco crescimento em ambientes onde a curiosidade tem mais espaço. Isso contribui para se chegar a um aluno independente e mais crítico diante do conteúdo. Nada mais que aprender a correr riscos, errar e tentar novamente.
Um ambiente de cobrança ao extremo pode levar, por sua vez, a formar estudantes muito dependentes para avançar nos estudos. Afinal, a exigência impõe limites rígidos e cria o ambiente de que o fim do processo de aprendizado é alcançar as metas e obter notas boas.

O tédio sem fim e o estresse

A pressão para atingir sempre o perfeito é algo que leva o estudante a um nível de estresse alto. Em situações mais extremas, pode causar um problema de saúde mental ou mesmo doenças mais simples, como resfriados, alergias e dor de garganta.
Fora isso, a necessidade criada de sempre perseguir metas e atender expectativas demasiadamente altas, ajuda a criar alunos mais ligados ao que os outros pedem e cobram, do que avaliar o seu eu interior para se conhecerem melhor, descobrirem os próprios gostos e se tornarem capazes para encontrar o que gostam de fazer por conta própria e se entreterem mais facilmente.
Depois de ler esses sinais, como você avalia sua classe diante desses sintomas? Verifique com os alunos a opinião deles sobre a pressão que eles precisam suportar e trabalhe assuntos ligados a esse tema. Compartilhe suas experiências com outros colegas escrevendo nos comentários.
Talvez, até, seja hora de você usar métodos que diversificam a forma de aprender, que é o que propõe a gamificação. Experimente o método. Quer também descobrir mais sobre como motivar seus alunos? Descubra dicas valiosas nesse link.

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