segunda-feira, 28 de novembro de 2011



Encontrando o Amor

Olhava o modo como chegava. Seu silêncio, sua desconexão. Faltava-lhe alegria, faltava-lhe o ar. Punha-se, quieta, a pensar no sofá da sala, trancada em suas ilusões.

E eu observava sua dificuldade em alcançar, em encontrar e sentir o Amor, que por ali passava, parecendo querer roubá-la para um doce, um chá; parecendo querer seu sorriso, sua doçura, sua real natureza.
Via que passava horas tentando convencê-la a levantar-se, a sair, a caminhar.

E os dias se passavam daquela forma. Ele, o Amor, não desistia da sua natureza em amar. Ela acreditava não poder fazer parte do que ele lhe propunha. Um dia chegou da mesma forma.

Em silêncio, sozinha e confusa. Ele, pela primeira vez, sentou-se ao seu lado e nada fez. Ela estranhou, mas achou melhor desprezar o fato. E algumas horas se passaram sem que o Amor nada fizesse. Ela, por vezes, fitava-o, querendo descobrir o que estava acontecendo.

De repente, ele se pôs em pé. Parecia ir embora... Quando ela chorou, pedindo-lhe para ficar. Naquele momento, os olhos dela iluminaram-se. Ela havia aberto a sua porta, havia manifestado a sua vontade.
Encontrara o Amor. E então, eles puderam dançar juntos, saborearam os doces e os chás.

Saíram para ver o sol, tomaram chuva e oraram a Deus. Ela pôde sentir a bênção em ser filha do Pai. Quando o Amor a olhou nos olhos e se despediu. Ela não acreditou e perguntou: Porque me abandonas exatamente no momento quando mais preciso de ti?

E ele respondeu: Na verdade, Criatura de Deus, não te estou abandonando. Apenas descobriste que és concebida do Amor. E agora poderás prosseguir com seu próprio coração, pois nele encontra-se tudo de que necessitas.

Enquanto isso, vou à procura de outros que, como tu, precisam descobrir que são o que eu sou, para voltarem a ser o que sempre foram: o Amor!

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