terça-feira, 26 de abril de 2011


O QUE É O AMOR? O QUE É AMAR?


Aqueles que amam sabe que não existe realidade mais bonita, envolvente e fascinante do que o amor, nem exercício mais envolvente e empenhativo do que o de amar. Na sua essência ele agarra a pessoa e a ocupa da cabeça aos pés, por dentro e por fora. Transforma totalmente o ser. Quem ama parece mudar de jeito, de voz, de perfume, de alma...
O grande Machado de Assis gasta páginas de pura graça e literatura para descrever a sensação do primeiro beijo entre Bentinho e sua doce Capitú. A bíblia por sua vez, e como ela toda a literatura do Ocidente e do Oriente falam do amor com encantamento embevecido. O amor na bíblia é tão sagrado e é tão o sentido último da existência que é identificado com o próprio Deus. “Deus é amor” (1Jo 4,8). Deus ama, só ama e só pode amar. Ele é em seu mistério a expressão máxima do amor.

Assim, cada um de nós a cada dia procura entender o verdadeiro sentido que nos traz esse sentimento, que uma vez não compreendido o deturpamos e o reduzimos a sentimentos mesquinhos que não o revelam na essência. “Quando amamos nos encontramos, quando traímos o amor lavramos nosso próprio fim. Ao amar, somos. Não amando, nos desestruturamos.

Numa visão cristã podemos dizer que não há graça maior do que a de amar e ser amado.

Se toda e qualquer graça nos faz parecidos com Deus, a de amar nos faz como Deus, que é amor, só amor, nada mais do que puro amor.

Esta realidade de amar é tão totalizante quão difícil de ser vivida e definida. O maior poeta da língua portuguesa, Camões, bela e insuficientemente define o amor como “um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei porquê”.

Querer definir esse sentimento, é empobrece-lo reduzi-lo ao que nossa inteligência, por sua vez limitada compreende e o caracteriza de amor. Seria a mesma coisa que dizer que Deus é bom, é reduzi-lo a qualidade de bom, que não o revela em sua totalidade pois, sabemos que Ele é muito mais que bom.

Por amor, fomos criados e amar é o grande destino, a primeira, maior e definitiva tarefa da vida. Quem ama vive e faz viver, quem não ama mata e se mata. O amor não se reduz a uma definição cerebral. Amar será sempre cuidar da vida e transcender o carente coração humano.

Portanto, o amor verdadeiro, é flor desabrochada de inigualável esplendor. Nele não há quaisquer sintomas de doença. Ciumeira, desconfianças, controles e marcações, joguinhos pequenos e falsas encenações, esquecimentos propositais e exigências descabidas, desatenções egoístas e grosseira aparentemente engraçadas, tais atitudes da pessoa amada, são venenos que corroem as raízes do amor. Não passam de manifestações de carência e obsessão de posse.

Dessa forma, o amor não resistirá. Assim se fossemos defini-lo, diria que o amor é cuidar da vida e do outro.

Para concluir, fico com o pensamento de Rubem Alves que diz: O amor é bibelô de louça. Ciúme é a consciência dolorosa de que o objeto amado não é posse ele pode voar a qualquer momento. Por isso, o amor é doloroso, está cheio de incertezas. Discreto tocar de dedos, suave encontro de olhares: coisa deliciosa, sem dúvida. E é por isso mesmo, por ser tão discreto, por ser tão suave, que o amor se recusa a segurar. Amar é ter um pássaro pousado no dedo.

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