terça-feira, 7 de abril de 2015

A Formação do Poder Academicista

Até o início do século XIX o ensino de arte ocorria no Brasil de modo largamente informal, nas oficinas dos artistas e seus discípulos. O Estado subvencionava apenas uma modesta escola, a Aula Régia de Desenho e Figura, fundada em 1800 no Rio de Janeiro e dirigida por Manuel Dias de Oliveira. A transferência da corte portuguesa para o Brasil em 1808 gerou profundas modificações sociais e institucionais no país, até então uma colônia de economia extrativa e agrária. Foram reorganizadas as instituições, os serviços públicos, a administração em geral, e sentia-se a necessidade de atualizar o Brasil com as correntes culturais mais avançadas que se desenvolviam na Europa da época; ao mesmo tempo, havia séria carência de profissionais preparados para atender às crescentes demandas por artífices e mestres em várias especialidades técnicas, como a arquitetura, o urbanismo e a engenharia, especialidades que, no costume da época, se sobrepunham e eram muitas vezes ensinadas nos cursos de arte, e que seriam valiosas para a industrialização e modernização da colônia, logo elevada à condição de Reino Unido a Portugal. Assim, a instituição de uma academia de artes no Brasil atenderia a diversas necessidades, práticas e culturais.

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