sábado, 11 de abril de 2015

O discurso de Bial no Final do BBB15


Ela veio jogar, jogaram-na.
Ele veio blefar, blefoi-se.
Douglas, pinto, digo, ponto.
Ali, Aline, aqui, Aline, acolá, Aline em todo lugar.
Diabólica, mas pode chamar de Angélica.
Moça desencapada...
... Encontra seu capa e espada.
Moleque, sujeito homem, mané: pensou que ninguém tava vendo.
Essa apagou a própria história.
BBB acidental 1: veio passear, ficou a 22 décimos de ganhar...
...Graças a BBB acidental 2: ceguinho às evidências do real, prescindiu do imaginário, fez-se só simbólico.
Deitando, ficando, pegando, largando, voltando, ficando, ficando, queimando, Fernando.
Amanda e Cézar, ambos, diante de uma realidade adversa, preferiram criar sua própria realidade particular.
Coisa de maluco: criaram uma realidade paralela dentro da cabeça e a projetaram em rede nacional.
Um lance quase psicótico, não tivesse tal construção mental se imposto a companheiros, dentro e fora da casa.
A vontade encasquetada de Amanda e Cézar realizou-se.
Assim como Fernando correspondeu a Amanda, a estátua respondeu a Cézar.
A lasanha que Cézar nos serviu foi composta de camadas e camadas de clichês, mas o resultado foi absolutamente original.
Tudo artifício, tudo verdade.
"Um cowboy caricato e populista", disseram.
Sim, caricato, maluco, mas há método nessa loucura, graça nessa caricatura.
Jeca Tatu vermifugado do século XXI, pós-Odorico Paraguassú turbo-sulista.
Nele o populismo é caricaturado pela ponta de baixo do discurso demagógico: é o objeto, a vítima da demagogia, o eleitor que se apropria da lereia populista, a devora e regurgita.
Há pensamento consequencial nessa loucura, lógica: e tudo numa língua própria, que não é bem português, a gente quase não entende, mas percebe tudo.
A essa racionalidade, a tanta concentração e foco, contrapõe-se seu oposto: um vulcão de paixão chamado Amanda.
E, convenhamos, quem pode fazer frente à paixão, o que pode deter o desejo?
O que pode deter a mulher?
Mulher, mulher... Que mulher?
Disse um Cézar da psicanálise que a mulher não existe.
Mas mulheres existem.
E enquanto mulheres apressadas e homens cegos pela vaidade julgavam que Amanda estava rastejando, de quatro, a mendigar por amor, ela fazia o contrário: subjugava o objeto de seu desejo, submetia seu amado, fazendo com que ele não apenas esquecesse o passado, mas que apagasse o passado, qualquer passado, em nome do futuro mais improvável.
Futuro improvável que se chama… Utopia.
Utopia, esse céu na terra, construção mental, quase psicótica, que convence a tantos e nos move para além da desesperança, do tédio, da indiferença.
Céu na terra, terra no céu, pois bem, sem mais lero bolero, vamos anunciar o nome que vai, para sempre, ter como sobrenome "BBB".
É hora de despedidas, adeus, adeus, à Deus o que é de Deus. À Cézar o que é de Cézar.

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