Gentileza é coisa do passado?
Última atualização em Qui, 23 de Agosto de 2012 16:06
Escrito por Jorge Lordello
Qui, 23 de Agosto de 2012 14:55
Estava
recordando de meus tempos de infância e algo me chamou a atenção: as
pessoas eram muito mais gentis, educadas e íntegras. A revolução
tecnológica trouxe novos paradigmas, mas, infelizmente, diversos
conceitos éticos foram abandonados. Equipamentos como o computador, o
celular e o vídeo-game são tratados com todo cuidado e carinho. E as
pessoas, como estão sendo tratadas no cotidiano atualmente? Atos simples
e singelos estão cada vez mais difíceis de encontrar. O termo
solidariedade humana se tornou brega no vocabulário de muitos, que só
conseguem olhar para o próprio umbigo. O escritor americano Ralph Waldo
Emerson disse certa vez que: "Nunca é cedo para uma gentileza, porque
nunca se sabe quando poderá ser tarde demais". A Noruega, apesar de ser
um país frio, foi palco de acontecimento maravilhoso, que gostaria de
compartilhar com o amigo leitor. Após um dia de trabalho, o gerente
foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta se
fechou e ele ficou preso, sem comunicação com exterior. Tentou abri-la,
mas por dentro era impossível. Desesperado, passou a gritar por socorro,
mas ninguém o ouvia, todos já haviam saído para suas casas; ninguém
poderia escutá-lo. Depois de quase 2 horas, já debilitado em razão da
baixíssima temperatura, temia pela vida, pois sabia que não iria
suportar até o dia seguinte. De repente, a porta se abre. Era o vigia,
que o retirou com vida e encaminhou-o imediatamente ao hospital. Depois
de ter salvo a vida do homem, perguntaram ao vigia por que foi abrir a
porta da câmara, se isso não fazia parte da sua rotina de trabalho. A
explicação é uma verdadeira lição de vida: "Trabalho nesta empresa há 35
anos, centenas de empregados entram e saem pela portaria todos os dias.
Ele é um dos poucos que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se
despede ao sair. A maioria passa por mim e não me "enxerga". Senti falta
daquele sorriso ao final do expediente, por isso imaginei que poderia
ter lhe acontecido algo. Resolvi procurá-lo para saber se precisava de
alguma coisa e acabei encontrando-o numa situação complicada. Amigo
leitor, quando fazemos a diferença não somos esquecidos. Desde cedo
topamos com muita gente conhecida e desconhecida, não importa.
Deveríamos nos atentar que um sorriso ou um simples "bom dia, como vai?"
pode fazer toda a diferença. Para finalizar, apresento lindo texto do
Padre Geovane: "Onde está a gentileza do bom dia? Onde está o elogio
feito às mulheres? Onde está o companheirismo, a lealdade, o ciúme
gostoso? Onde está a sinceridade de ser alegre? Onde está o perdão, o
desejo, a felicidade solitária, a contemplação a dois? Onde está o
amor..."
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