Um brasileiro na Espanha
Viagens e histórias pelo patrimônio cultural espanhol
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A Catedral de Getafe – Comunidade de Madrid
Getafe é um município situado ao sul da Comunidade de Madrid,
a somente 14 km da capital. Com cerca de 180 mil habitantes, é uma das
cidades mais industrializadas de toda a comunidade. Sua importância
estratégica se explica também por possuir uma das bases aéreas mais
antigas de Espanha. Por este motivo, Getafe é considerada o berço da Aviaçao Espanhola.
Na
cidade, ocorreram fatos marcantes da história da aviaçao, como a
primeira corrida aérea internacional, realizada entre Madrid e Paris em
1911. Em frente à base aérea, uma placa celebra o evento, colocada na
data de seu centenário.
O momumento mais importante da cidade é a Catedral de N.Sra de La Magdalena. Localizada no centro, é considerado um dos templos renascentistas mais importantes de toda a Comunidade de Madrid.
Sua construçao iniciou-se em 1549 e foi finalizada somente em 1770. A Catedral de Getafe foi levantada sobre uma igreja mudéjar
do séc. XIV. Com o crescimento populacional, esta igreja ficou pequena,
sendo necessária a construçao de uma maior. Deste templo primitivo, se
conserva a torre de base quadrada. Em sua parte inferior, vemos uma pequena janela, construída no estilo mudéjar. Os arquitetos principais responsáveis pela obra foram Alonso de Covarrubias em sua fase inicial e Juan Gómez de Mora (arquiteto maior do rei Felipe IV) na parte final. O elemento mais tardio da fachada é a sóbria portada, realizada em 1770.
Os
dois corpos inferiores da torre sao sua parte mais antiga, e a outra
torre ficou inacabada, devido à falta de verbas para sua conclusao. Os
sinos mais antigos datam de 1541. O alto da torre , como habitualmente
acontece, tornou-se o habitat preferido para a fauna avícola da regiao.
A torre está rematada por um capitel barroco, instalado no séc. XVII. Abaixo, vemos o robusto ábside pentagonal da catedral. Nele, observamos os imponentes contrafortes da estrutura.
A Igreja de San Nicolás – Madrid
A Igreja de San Nicolás de Bari situa-se na praça homônima, em pleno centro histórico de Madrid. O templo já era mencionado no Foro de Madrid de 1202 como uma das dez paróquias existentes na época. Com o derrubamento da antiga Igreja de Santa Maria de Almudena, esta igreja passou a ser considerada como a mais antiga da cidade.
Alguns historiadores sustentam que a igreja pôde ter sido uma primitiva mesquita
na época muçulmana. O grandioso arco de clara inspiração árabe que
vemos no interior poderia ser uma prova que respaldasse esta teoria.
O mais provável, porém, é que sua construção date do séc. XII, pois sua torre, declarada Monumento Nacional em 1931, apresenta todas as características de um campanário mudéjar daquele período.
De planta quadrada, a torre foi levantada em tijolo e decorada com os denominados Arcos Cegos. No séc. XVII, foi rematada por uma estrutura barroca. Do mesmo estilo é a portada, esculpida pelo famoso escultor Luis Salvador Carmona, com uma imagem de San Nicolás em sua parte superior (séc. XVIII).
A
torre é a única parte que se conserva da igreja original, já que o
templo foi transformado nos séculos posteriores. O interior da igreja
foi reformado no séc. XV e no XVII. Nele, vemos um retábulo com a imagem do santo titular, de constituição moderna.
Outro elemento destacável é uma escultura do Ecce Homo. De acordo com o Evangelho, estas foram as palavras pronunciadas em latim por Pôncio Pilatos, ao apresentar Jesus Cristo
à multidão hostil. Traduzidas por “Eis o Homem”, esta imagem foi muito
difundida pela iconografia católica ao longo da história.
Na cripta da Igreja de San Nicolás está enterrado o arquiteto real de Felipe II, e responsável pela construção do Monastério do Escorial, Juan de Herrera. As características monumentalidade e sobriedade decorativa de suas obras tornaram-se uma referência do Renascimento Espanhol, e formam a base de um estilo próprio, o Herreriano. Abaixo, vemos uma placa comemorativa no exterior da igreja.
Belos Edifícios da Calle Mayor – Madrid
Neste post, veremos alguns dos mais belos edifícios que foram construídos no princípio do séc. XX na Calle Mayor de Madrid. Este período ficou conhecido como “La Belle Epoque”,
quando a burguesia encontrou nas novas tendências arquitetônicas uma
forma de materialização de seu status social. Combinando os diversos
estilos arquitetônicos, corrente conhecida como Ecleticismo, com o nascente Movimento Modernista,
muitos foram as obras realizadas no período, que embelezaram a cidade e
fizeram com que Madrid estivesse plenamente integrada dentro do
panorama europeu em relação aos novos conceitos artísticos. A denominada
Casa de Ruiz Velasco é um bom exemplo. A família proprietária do imóvel encarregou ao arquiteto José López Sallaberry uma reforma do edifício em 1906, cujo objetivo era embelezá-lo e atrair novos inquilinos.
O resultado foi uma feliz combinação dos elementos arquitetônicos do Renascimento Espanhol com as suaves linhas do Modernismo Catalão. Em 1913, um dos grandes arquitetos modernistas de Madrid, Jesús Carrasco y Encina,
legou uma bela fachada que podemos ver na Calle Mayor. No
entanto,devido ao reduzido número de obras com sua assinatura, tornou-se
desconhecido para muitos madrilenhos.
Abaixo, vemos outro edifício que por sua bela composição atrai os olhares de todos que passeiam pela Calle Mayor.
O famoso arquiteto Antonio Palacios, um dos mais respeitáveis e influentes de princípios do séc. XX, realizou uma extraordinária obra em plena Calle Mayor.
Conhecida como Casa Palazuelo,
foi construída em 1919 e recebeu este nome graças ao impulsor do
projeto construtivo, Demetrio Palazuelo. A fachada apresenta um estilo
eclético, marcado por uma organização espacial de caráter clássico. O
projeto viabilizou a construção de um dos primeiros edifícios comerciais
de toda a cidade, seguindo a linha da moderna Escola de Chicago. O
melhor de tudo é que está permitida sua visitação interior, algo que
poucos sabem, pois abriga escritórios e lojas diversas. Na verdade, o
edifício passa inadvertido, já que os turistas buscam normalmente
monumentos emblemáticos e simplesmente desconhecem esta jóia
arquitetônica. O pátio interior é uma maravilha, recebendo luz natural
de uma vidreira que o cobre.
O interior está constituído por balcões ondulantes e um magnífico trabalho do ferro como elemento decorativo e funcional.
Igreja de Santa Maria – Aranda del Duero
O monumento mais importante de Aranda del Duero, histórica e artisticamente falando, é a impressionante Igreja de Santa Maria “La Real”. Construída a partir de finais do séc. XV, foi finalizada aproximadamente em 1515, substituindo uma anterior edificação românica, da qual permanece somente a torre, que formava parte do sistema defensivo da cidade.
A incrível fachada principal da igreja atrai os olhares de todos aqueles que a visitam. Construída pelo arquiteto Simon de Colônia, converteu-se num dos símbolos da cidade, sendo o melhor exemplo do esplendor vivido pela urbe na época de sua construção.
A fachada está inserida dentro do estilo denominado Gótico-Isabelino, também chamado de Estilo Reis Católicos, já que a maioria das construções foram encarregadas por Fernando de Aragón e Isabel de Castilla,
ou então foram patrocinados pelos monarcas. Esta corrente artística é
própria do território de Castilla, representando a fase final do Gótico e o início do Renascimento.
O estilo introduz vários elementos decorativos, que cumprem as funções
estética e teológica, além de servir como um “veículo publicitário” do
casal real.
O
Gótico-Isabelino adquiriu influências decorativas da Arte Islâmica, do
Mudéjar, dos Países Baixos e, em menor medida, da Itália. Paralelamente,
desenvolveu-se em Portugal um estilo de características similares, denominado Manuelino.
Como elementos evidentes, destaca o predomínio dos motivos heráldicos e
a representação dos símbolos reais, no caso dos Reis Católicos, o yugo e
as flechas.
Geralmente,
os templos são amplos, predominando a horizontalidade, em detrimento da
verticalidade característica do Gótico clássico. Na fachada da igreja,
observamos uma rica iconografia. A parte central está representada por
cenas relativas ao Calvário de Cristo.
No tímpano,
vemos quatro cenas esculpidas em alto-relevo, com grande maestria.
Começando pela parte superior esquerda, vemos as representações do
Anúncio do anjo aos pastores, a Cavalgada dos Reis Magos, a Adoração dos
reis a Jesus e o Nascimento de Jesus.
Numa
das laterais, estão representados os quatro Pais da Igreja Ocidental:
Santo Ambrósio, Santo Jerônimo, Santo Agostinho e Santo Gregório Magno.
Por todo o visto acima, a fachada é considerada como um verdadeiro Retábulo, feito de pedra. A Igreja de Santa Maria é, com razão, um dos templos góticos mais proeminentes da Província de Burgos. Abaixo, vemos os pináculos, elementos constituintes da parte superior do edifício.
Lamentavelmente,
nos dias em que estive visitando a cidade, a igreja permaneceu fechada,
e não pude conhecer seu interior. De qualquer modo, os interessados em
conhecê-lo podem visualizar este interessante blog, com belas fotos e
informações adicionais da igreja (em espanhol).
viajar con el arte: Santa María la Real de Aranda de Duero (Burgos)
viajarconelarte.blogspot.com/…/burgos-ii-santa-mari…
Outros monumentos representativos do Gótico-Isabelino foram tratados no meu blog. São eles:
- O Colégio de San Gregório, de Valladolid (post publicado em duas etapas, em 17 e 18/9/2012).
- O Monastério de San Juan de los Reyes, de Toledo (publicado em 29/6/2012)
Museu Frederic Marès – Barcelona
Neste último post dedicado ao Bairro Gótico, conheceremos o Museu
de Frederic Marès, artista excêntrico e considerado o colecionador
catalao mais importante do séc. XX.
Em 1944, o artista doou sua vasta coleção à cidade de Barcelona, e dois anos depois inaugurou-se o museu. O seu acervo foi progressivamente sendo ampliado, fruto da paixão colecionista de Marés.
Situado ao lado da catedral, o edifício que sedia o museu é uma das estâncias do Palácio Real. Ao longo de sua larga vida, Marès reuniu uma extensa coleção escultórica hispânica, que compreende desde a antiguidade até o séc. XIX, predominando a talha policromada de motivos religiosos.
O térreo, o primeiro e o segundo andares do museu estão dedicadas à excepcional mostra de bustos e imagens medievais, com exemplares de todos os estilos artísticos da época: românico, gótico, renascentista e barroco. Os temas dominantes são a Crucuficaçao e a Virgem com o menino Jesus. A maior parte das peças são originárias da própria Catalunha, embora existam outras procedentes de outros lugares da península. A tamanha quantidade das peças pode ser explicada pela filosofia do artista:
“Faço esculturas para comprar esculturas.”
No subsolo, se concentram as esculturas em pedra do museu, principalmente as relacionadas ao período romano, como este belo frontal de um sarcófago cujos relevos representam cenas bíblicas. Descoberto na província de Toledo no séc. XVII, a obra está datada como sendo realizada no séc. IV dC.
No térreo, estão exibidas as talhas policromadas pertencentes até o séc. XIV, ou seja, incluídas dentro dos estilos românico e gótico. No primeiro andar, estão agrupadas as esculturas que vão do séc. XV ao XIX, com destaque para o renascimento e o barroco. Abaixo, vemos algumas imagens de virgens dos séc. XII, XIII, XIV e XV.
Na seqüência, vemos dois cristos crucificados, ambos românicos (séc. XII).
Interessante também é esta cabeça de cristo, proveniente do México (séc. XVI).
Na imagem de abaixo, vemos uma obra que destaca pela expressividade e elegância. Está atribuída a um artista de origem germânica, Alejo de Vahía, que a esculpiu a finais do séc. XV.
Nesta outra, vemos a São Jorge vencendo o dragão, do séc. XVI.
Também do séc. XVI, uma imagem da Mãe de Deus da Misericórdia entre São Pedro e São Paulo.
Uma escultura representando a Piedade, com São João e Maria Madalena (séc. XVI).
Na foto a seguir, um relevo procedente do Monastério da Espina (Valladolid), realizada por Manuel Alvarez entre 1570/1577 e pertencente ao Renascimento Espanhol.
O museu, além das esculturas, conta também com um bom acervo pictórico, como este Prolíptico (retábulo formado por vários compartimentos articulados) que representa a Virgem da Solidão, pintado entre 1520/1525 por um artista anônimo da escola flamenca.
Nos dois andares superiores, a coleção passa diretamente aos séc. XIX e XX, e se diversifica com todos os tipos de objetos da vida cotidiana. Conhecido como Gabinete do Colecionista, acolhe 17 salas onde estão expostas uma variedade incrível de peças. É como se fosse um outro museu, dentro do próprio museu. Batizada inicialmente por Marès como Museu Sentimental, nele se acumulam milhares de objetos que retratam a vida e os costumes do séc. XIX. Vejamos algumas delas:
Na Sala de Armas, podemos ver cerca de 300 peças entre cascos, armaduras, armas de vários tipos, pertencentes do séc. XVI ao XIX.
A Sala da Fotografia constitue uma das primeiras coleções públicas de fotografia do séc. XIX em toda a Espanha, transformando a Marès em um precurssor e divulgador do mundo das imagens.
A Sala dos Relógios reúne uma grande quantidade destes objetos, principalmente aqueles utilizados no âmbito doméstico.
O museu acolhe até uma Sala de Fumantes, em que vemos centenas de objetos relacionados ao tabagismo.
Outras duas salas estão dedicadas ao mundo masculino, com objetos vinculados ao mundo dos homens, como os bastões, um complemento antigamente indispensável, e também ao mundo feminino, com uma ampla coleção de trajes, frascos de perfumes de época, etc, possibilitando um fidedigno retrato da mulher burguesa do séc. XIX.
A visita ao museu finaliza no denominado Estúdio-Biblioteca, um amplo espaço em que estão expostas obras de Frederic Marès e objetos pessoais.
A partir do momento em que o museu não pôde ampliar-se por falta de espaço, Marès realizou doações para outras instituições, bem como criou outras, como o museu que também leva seu nome, em Montblanc e o Museu de Arenys del Mar.
Em 1944, o artista doou sua vasta coleção à cidade de Barcelona, e dois anos depois inaugurou-se o museu. O seu acervo foi progressivamente sendo ampliado, fruto da paixão colecionista de Marés.
Situado ao lado da catedral, o edifício que sedia o museu é uma das estâncias do Palácio Real. Ao longo de sua larga vida, Marès reuniu uma extensa coleção escultórica hispânica, que compreende desde a antiguidade até o séc. XIX, predominando a talha policromada de motivos religiosos.
O térreo, o primeiro e o segundo andares do museu estão dedicadas à excepcional mostra de bustos e imagens medievais, com exemplares de todos os estilos artísticos da época: românico, gótico, renascentista e barroco. Os temas dominantes são a Crucuficaçao e a Virgem com o menino Jesus. A maior parte das peças são originárias da própria Catalunha, embora existam outras procedentes de outros lugares da península. A tamanha quantidade das peças pode ser explicada pela filosofia do artista:
“Faço esculturas para comprar esculturas.”
No subsolo, se concentram as esculturas em pedra do museu, principalmente as relacionadas ao período romano, como este belo frontal de um sarcófago cujos relevos representam cenas bíblicas. Descoberto na província de Toledo no séc. XVII, a obra está datada como sendo realizada no séc. IV dC.
No térreo, estão exibidas as talhas policromadas pertencentes até o séc. XIV, ou seja, incluídas dentro dos estilos românico e gótico. No primeiro andar, estão agrupadas as esculturas que vão do séc. XV ao XIX, com destaque para o renascimento e o barroco. Abaixo, vemos algumas imagens de virgens dos séc. XII, XIII, XIV e XV.
Na seqüência, vemos dois cristos crucificados, ambos românicos (séc. XII).
Interessante também é esta cabeça de cristo, proveniente do México (séc. XVI).
Na imagem de abaixo, vemos uma obra que destaca pela expressividade e elegância. Está atribuída a um artista de origem germânica, Alejo de Vahía, que a esculpiu a finais do séc. XV.
Nesta outra, vemos a São Jorge vencendo o dragão, do séc. XVI.
Também do séc. XVI, uma imagem da Mãe de Deus da Misericórdia entre São Pedro e São Paulo.
Uma escultura representando a Piedade, com São João e Maria Madalena (séc. XVI).
Na foto a seguir, um relevo procedente do Monastério da Espina (Valladolid), realizada por Manuel Alvarez entre 1570/1577 e pertencente ao Renascimento Espanhol.
O museu, além das esculturas, conta também com um bom acervo pictórico, como este Prolíptico (retábulo formado por vários compartimentos articulados) que representa a Virgem da Solidão, pintado entre 1520/1525 por um artista anônimo da escola flamenca.
Nos dois andares superiores, a coleção passa diretamente aos séc. XIX e XX, e se diversifica com todos os tipos de objetos da vida cotidiana. Conhecido como Gabinete do Colecionista, acolhe 17 salas onde estão expostas uma variedade incrível de peças. É como se fosse um outro museu, dentro do próprio museu. Batizada inicialmente por Marès como Museu Sentimental, nele se acumulam milhares de objetos que retratam a vida e os costumes do séc. XIX. Vejamos algumas delas:
Na Sala de Armas, podemos ver cerca de 300 peças entre cascos, armaduras, armas de vários tipos, pertencentes do séc. XVI ao XIX.
A Sala da Fotografia constitue uma das primeiras coleções públicas de fotografia do séc. XIX em toda a Espanha, transformando a Marès em um precurssor e divulgador do mundo das imagens.
A Sala dos Relógios reúne uma grande quantidade destes objetos, principalmente aqueles utilizados no âmbito doméstico.
O museu acolhe até uma Sala de Fumantes, em que vemos centenas de objetos relacionados ao tabagismo.
Outras duas salas estão dedicadas ao mundo masculino, com objetos vinculados ao mundo dos homens, como os bastões, um complemento antigamente indispensável, e também ao mundo feminino, com uma ampla coleção de trajes, frascos de perfumes de época, etc, possibilitando um fidedigno retrato da mulher burguesa do séc. XIX.
A visita ao museu finaliza no denominado Estúdio-Biblioteca, um amplo espaço em que estão expostas obras de Frederic Marès e objetos pessoais.
A partir do momento em que o museu não pôde ampliar-se por falta de espaço, Marès realizou doações para outras instituições, bem como criou outras, como o museu que também leva seu nome, em Montblanc e o Museu de Arenys del Mar.
Convento de San Marcos – León
O Convento de San Marcos
é uma das jóias da arquitetura leonesa, junto com a catedral e a
Basílica de San Isidoro. É considerado um dos monumentos mais
significativos do Renascimento Espanhol.
Sua origem se remonta ao séc. XII (1152), na época do rei Alfonso VII, quando a infanta Sancha de Castilla
realizou uma doação destinada a construção de um edifício que pudesse
hospedar os “pobres de Cristo”, convertendo-se num templo-hospital de
refúgio para os peregrinos que faziam o Caminho de Santiago. No séc. XVI, este edifício foi derrubado para o erguimento de um novo, graças às doações feitas por Fernando El Católico.
Sua fachada é um expoente do estilo Plateresco
e começou a construir-se em 1515. Está decorada com medalhões e
estátuas que exaltam a monarquia, misturadas com motivos jacobeos e
personagens do mundo clássico. O espaço central, que divide a fachada em
duas é uma remodelação feita no período barroco, sobre a qual há uma estátua de Santiago Matamouros.
A torre foi levantada posteriormente, em 1711/1714, e no alto vemos a cruz de Santiago.
A igreja é de estilo gótico hispano tardio, comumente conhecido como estilo Reis Católicos. Finalizada em 1541, possui uma ampla nave e as bôvedas são de crucería.
O claustro, do séc. XVI, foi levantado em dois níveis por Juan de Badajoz, El moço.
Ao longo de sua história, o edifício teve
uma enorme variedade de usos, principalmente depois que deixou de ser
convento em 1836, destacando os seguintes:
- Prisão: um de seus “residentes” mais ilustres foi Francisco de Quevedo.
- Quartel de cavalaria.
- escola de veterinária, hospital
penitenciário e campo de concentração de prisioneiros republicanos
durante a Guerra Civil e o período do pós guerra mundial. Foi um dos
estabelecimentos repressivos mais severos e saturados da Espanha
franquista, alcançando uma população reclusa de 6.700 homens.
- Min. Guerra, Fazenda e Educação.
Atualmente, o edifício é utilizado de várias formas:
- Igreja
- Museu Arqueológico Provincial
- Hotel de categoria 5 estrelas da rede de Paradores Nacionais, que exibe em seu interior uma grande coleção de obras de arte.